Da propriedade privada. Efetivamente, pensa Marx, ao mostrar que o valor das coisas depende do trabalho, a economia política mostra bem que " a essência" da propriedade está no trabalho. Aquilo de que uma pessoa se apropria ao possuir uma coisa é trabalho. Ao mesmo tempo vemos, no entanto, que não é o próprio trabalhador que dispõe do produto do seu trabalho. Este recebe muito simplesmente o que lhe é necessário para não morrer de fome. Significa isto, portanto, que a propriedade privada engedra, não a realização do ser humano, mas, pelo contrário, a sua perda, a sua alienação. A esta apropriação que o detentor da propriedade privada se apropria é a mais-valia.
existe um problema, no entanto, nas críticas neoclássicas, que é o fato de, nesta escola, o juro ser tido como a remuneração natural do Capital monetário, a qual é gerada pelo seu uso produtivo; daí, na crítica de Böhm Baverck, os trabalhadores, ao abrirem mão de pouparem seu salário, consentirem implicitamente no lucro capitalista. Para Marx, esta noção de que o juro seja uma remuneração "natural" do Capital é uma característica daquilo que ele chama, nas suas Teorias de Mais-Valia, "economia vulgar": o juro não é uma categoria natural, e sim social; para Marx, os trabalhadores não podem "escolher" gastar seus salários "mais tarde" (o que já era proposto, com o nome de "teoria da abstinência" por um pós-ricardiano, Nassau Senior, que Marx critica no O Capital), pela simples razão de que necessitam deles para sobreviver materialmente; o lucro, por sua vez, depende de processos de produção concretos para existir: se eu coloco um capital de longo prazo para render juros com um prazo de carência de 15 anos, e neste interim o negócio em que investi falir, ficarei tão inadimplente quanto ficaria se fosse menos "abstinente".
Para Marx, o juro é apenas e tão somente uma forma pela qual a Mais Valia Social Geral- a soma das várias mais-valias particulares - circula ao nível microeconômico e é redistribuída entre os vários capitalistas - fundamentalmente, daqueles que realizam a produção industrial para os portadores do Capital Financeiro. Ao analisar o Juro como uma variável autônoma, Marx de certa forma antecipa a teoria monetária de Keynes, que considerava que a igualdade entre poupança e investimento, longe de representar um equilíbrio entre oferta e procura de capitais, seria uma simples identidade contábil.
Existe aí, portanto,entre o Marxismo e a Economia Neoclássica, um gap conceitual não facilmente resolvível - especialmente quando se trata de autores da Escola Austríaca, que, seguindo os princípios estritos do fundadores da escola neoclássica, o inglês Stanley Jevons e o alemão naturalizado austríaco Menger, tentam explicar todos os fenômenos econômicos com base na idéia de utilidade marginal e não dão nenhum papel a quantidade de mão de obra na determinação do valor, contrariamente à Escola neoclássica inglesa de Alfred Marshall , que, como já dito, busca uma síntese entre a Economia Clássica Inglesa (ou Escola Ricardiana), e o Neoclassicismo Jevoniano
Answers & Comments
Verified answer
Da propriedade privada. Efetivamente, pensa Marx, ao mostrar que o valor das coisas depende do trabalho, a economia política mostra bem que " a essência" da propriedade está no trabalho. Aquilo de que uma pessoa se apropria ao possuir uma coisa é trabalho. Ao mesmo tempo vemos, no entanto, que não é o próprio trabalhador que dispõe do produto do seu trabalho. Este recebe muito simplesmente o que lhe é necessário para não morrer de fome. Significa isto, portanto, que a propriedade privada engedra, não a realização do ser humano, mas, pelo contrário, a sua perda, a sua alienação. A esta apropriação que o detentor da propriedade privada se apropria é a mais-valia.
existe um problema, no entanto, nas críticas neoclássicas, que é o fato de, nesta escola, o juro ser tido como a remuneração natural do Capital monetário, a qual é gerada pelo seu uso produtivo; daí, na crítica de Böhm Baverck, os trabalhadores, ao abrirem mão de pouparem seu salário, consentirem implicitamente no lucro capitalista. Para Marx, esta noção de que o juro seja uma remuneração "natural" do Capital é uma característica daquilo que ele chama, nas suas Teorias de Mais-Valia, "economia vulgar": o juro não é uma categoria natural, e sim social; para Marx, os trabalhadores não podem "escolher" gastar seus salários "mais tarde" (o que já era proposto, com o nome de "teoria da abstinência" por um pós-ricardiano, Nassau Senior, que Marx critica no O Capital), pela simples razão de que necessitam deles para sobreviver materialmente; o lucro, por sua vez, depende de processos de produção concretos para existir: se eu coloco um capital de longo prazo para render juros com um prazo de carência de 15 anos, e neste interim o negócio em que investi falir, ficarei tão inadimplente quanto ficaria se fosse menos "abstinente".
Para Marx, o juro é apenas e tão somente uma forma pela qual a Mais Valia Social Geral- a soma das várias mais-valias particulares - circula ao nível microeconômico e é redistribuída entre os vários capitalistas - fundamentalmente, daqueles que realizam a produção industrial para os portadores do Capital Financeiro. Ao analisar o Juro como uma variável autônoma, Marx de certa forma antecipa a teoria monetária de Keynes, que considerava que a igualdade entre poupança e investimento, longe de representar um equilíbrio entre oferta e procura de capitais, seria uma simples identidade contábil.
Existe aí, portanto,entre o Marxismo e a Economia Neoclássica, um gap conceitual não facilmente resolvível - especialmente quando se trata de autores da Escola Austríaca, que, seguindo os princípios estritos do fundadores da escola neoclássica, o inglês Stanley Jevons e o alemão naturalizado austríaco Menger, tentam explicar todos os fenômenos econômicos com base na idéia de utilidade marginal e não dão nenhum papel a quantidade de mão de obra na determinação do valor, contrariamente à Escola neoclássica inglesa de Alfred Marshall , que, como já dito, busca uma síntese entre a Economia Clássica Inglesa (ou Escola Ricardiana), e o Neoclassicismo Jevoniano
Da explloração dos empregados tipo excesso de horas extras, e lucro em cima do que eles produziram.
oi esse site pode te ajudar
http://pt.internationalism.org/icconline/2006/marx...