O que vc entende por dentina terciária reacional e terciária reparativa. Como se formam e porque. Sei que a reparativa é quando a lesão cariônica se aproxima mais da polpa. E ai?
O quadro reacional pulpar manifesta-se subjetivamente pela dor, que sofrerá modificações no processo da perda tecidual.
A teoria que explica como a dentina transmite os estímulos que resultam em manifestações de dor é, ainda, um tema controverso na literatura
A sensação dolorosa é resposta instantânea ao estímulo. Nem sempre, porém, há inter-relação entre a gravidade da lesão pulpar e a intensidade da dor provocada. A presença de dor traduz no mínimo, um distúrbio funcional da polpa. Não se pode concluir que, a ausência de fenômenos dolorosos signifique uma polpa sadia.
A propósito, as crises de dor, relacionadas com estados inflamatórios pulpares na fase inicial, são intervaladas por períodos assintomáticos.
Habitualmente, as dores ocorrem após extensa perda de substância dentária; porém não é raro, observar-se casos de cárie recente, com pouca destruição de estruturas e, no entanto, extremamente sensíveis aos estímulos. Outras vezes, o inverso ocorre, alterações pulpares evoluem mais ou menos, sem nenhuma manifestação dolorosa, para mortificação pulpar.
Dada a multiplicidade de fatores suscetíveis de influir nas características dos irritantes e das estruturas dentárias, pode afirmar que as respostas do complexo tecidual dentina-polpa não são uniformes.
Sempre que ocorrer perda de substância dentária, não importando a causa inicial (cárie, fratura, abrasão, preparos cavitários de profundidades variáveis, etc.), ficam a dentina e polpa sujeitas a estímulos anormais.
Assim, desde que a cárie se instala, a dentina fica diretamente sujeita aos estímulos do meio bucal, entre os quais os derivados de agentes infecciosos.
Em geral, a cárie evolui para completa destruição da coroa. Os tecidos dentários, porém, não aceitam a cárie de forma pacífica.
Quando exposta a ação de irritantes exteriores, organiza-se, imediatamente, na dentina ao redor da área atacada, uma linha avançada de defesa, constituída de dentina translúcida. Esta, no dizer de Fish, resulta da mineralização dos canalículos de Tomes, sendo impermeável aos germes e às suas toxinas e, muitas vezes, paralisa o processo patológico (cura espontânea da cárie).
Raramente, o estacionamento da cárie é definitivo. Sob a ação de produtos microbianos ácidos e proteolíticos, a barreira defensiva é superada e, em conseqüência, a lesão se agrava.
Como resposta ao ocorrido, forma-se uma dentina de reparação (secundário-reparativa), que se deposita na câmara pulpar na direção do ataque de cárie.
Esta dentina de reparação, também de deposição centrípeta aparece somente no ponto onde incide o irritante. Nestas condições deforma a câmara pulpar, além de diminuir-lhe o volume.
Assim ocorre uma reação funcional da polpa submetida a estímulos anormais, cuja finalidade é compensar perdas de substâncias teciduais pelo restabelecimento da espessura primitiva da dentina.
A medida que a cavidade se aprofunda, a reação pulpar retarda-se, e a dentina se forma em maior quantidade, a fim de suprir a perda de substância e poder amparar a polpa de irritações
Na fase inicial do processo patológico há, portanto, equilíbrio entre as agressões e as defesas. A relação entre a profundidade da cavidade e formação de dentina de reparação é proporcional até que metade da parede dentinária seja destruída, ocasião em que o estímulo, sem ultrapassar o limiar de tolerância fisiológica, atinge a máxima intensidade capaz de ser tolerada pela polpa. Daí para frente, o irritante transpõe aquele limite e limita as reações de defesa.
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O quadro reacional pulpar manifesta-se subjetivamente pela dor, que sofrerá modificações no processo da perda tecidual.
A teoria que explica como a dentina transmite os estímulos que resultam em manifestações de dor é, ainda, um tema controverso na literatura
A sensação dolorosa é resposta instantânea ao estímulo. Nem sempre, porém, há inter-relação entre a gravidade da lesão pulpar e a intensidade da dor provocada. A presença de dor traduz no mínimo, um distúrbio funcional da polpa. Não se pode concluir que, a ausência de fenômenos dolorosos signifique uma polpa sadia.
A propósito, as crises de dor, relacionadas com estados inflamatórios pulpares na fase inicial, são intervaladas por períodos assintomáticos.
Habitualmente, as dores ocorrem após extensa perda de substância dentária; porém não é raro, observar-se casos de cárie recente, com pouca destruição de estruturas e, no entanto, extremamente sensíveis aos estímulos. Outras vezes, o inverso ocorre, alterações pulpares evoluem mais ou menos, sem nenhuma manifestação dolorosa, para mortificação pulpar.
Dada a multiplicidade de fatores suscetíveis de influir nas características dos irritantes e das estruturas dentárias, pode afirmar que as respostas do complexo tecidual dentina-polpa não são uniformes.
Sempre que ocorrer perda de substância dentária, não importando a causa inicial (cárie, fratura, abrasão, preparos cavitários de profundidades variáveis, etc.), ficam a dentina e polpa sujeitas a estímulos anormais.
Assim, desde que a cárie se instala, a dentina fica diretamente sujeita aos estímulos do meio bucal, entre os quais os derivados de agentes infecciosos.
Em geral, a cárie evolui para completa destruição da coroa. Os tecidos dentários, porém, não aceitam a cárie de forma pacífica.
Quando exposta a ação de irritantes exteriores, organiza-se, imediatamente, na dentina ao redor da área atacada, uma linha avançada de defesa, constituída de dentina translúcida. Esta, no dizer de Fish, resulta da mineralização dos canalículos de Tomes, sendo impermeável aos germes e às suas toxinas e, muitas vezes, paralisa o processo patológico (cura espontânea da cárie).
Raramente, o estacionamento da cárie é definitivo. Sob a ação de produtos microbianos ácidos e proteolíticos, a barreira defensiva é superada e, em conseqüência, a lesão se agrava.
Como resposta ao ocorrido, forma-se uma dentina de reparação (secundário-reparativa), que se deposita na câmara pulpar na direção do ataque de cárie.
Esta dentina de reparação, também de deposição centrípeta aparece somente no ponto onde incide o irritante. Nestas condições deforma a câmara pulpar, além de diminuir-lhe o volume.
Assim ocorre uma reação funcional da polpa submetida a estímulos anormais, cuja finalidade é compensar perdas de substâncias teciduais pelo restabelecimento da espessura primitiva da dentina.
A medida que a cavidade se aprofunda, a reação pulpar retarda-se, e a dentina se forma em maior quantidade, a fim de suprir a perda de substância e poder amparar a polpa de irritações
Na fase inicial do processo patológico há, portanto, equilíbrio entre as agressões e as defesas. A relação entre a profundidade da cavidade e formação de dentina de reparação é proporcional até que metade da parede dentinária seja destruída, ocasião em que o estímulo, sem ultrapassar o limiar de tolerância fisiológica, atinge a máxima intensidade capaz de ser tolerada pela polpa. Daí para frente, o irritante transpõe aquele limite e limita as reações de defesa.
Frente a diversos fatores como atrição e cárie, entre outros, é possÃvel verificar a formação de uma outra camada de dentina comanda de dentina terciária do tipo reacional, que constitui uma tentativa dos odontoblastos de formar uma barreira, restabelecendo a espessura de dentina, ficando, assim, mais afastados dos fatores que significam agressão. A dentina terciária reacional é irregular, não tendo, portanto, a estrutura tubular ordenada das dentinas primária e secundária.
A dentina do tipo reparativa é formada por células indiferenciadas da polpa, originando-se, na maioria das vezes um tecido do tipo osteóide.
Dentina Reacional: formada por odontoblastos maduros, em resposta a estÃmulos de baixa intensidade;
Dentina Reparadora:
- tubular: formada após morte de odontoblastos, por células semelhantes a odontoblastos, em resposta a estÃmulos de baixa intensidade;
- atubular: formada após morte de odontoblastos, por células semelhantes a fibroblastos, em resposta a estÃmulos de alta intensidade.
bjossssssssss