É lugar comum a mídia se referir ao cobrir determinado evento classifica-lo como registro de um fato histórico, cabe fazer uma distinção entre História e Ciência Política.

Em uma clara demonstração da Realpolitik da informação, durante os protestos contra a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad no Irã, infelizmente Neda Salehi Agha-Soltan morreu , desencadeando, críticas furiosas a respeito da falta de liberdade da cruel ditadura teocrática em favor de mais democracia, que a meu juízo é pretexto.

Em precedente não visto com mesmo rigor quando 1992 na Argélia o ano da instauração do estado de urgência. Esta foi decretada pelo Exército após a vitória dos islamistas do FIS (Frente Islâmica de Salvação) nas eleições legislativas sem consideração a lisura eleitoral, na atual crise no Egito, uma ditadura de Hosni Mubarak a quase 30 anos (14/10/81) hoje 38 vitimas de acordo com o governo, para as fontes hospitalares, as vítimas passam de 70, a mídia e governos pedem tranqüilidade e democracia e nenhuma crítica ao verdugo sádico, até na zona desmilitarizada do Sinai é aceito mobilizar tropas.

Transparece a hipocrisia de costumeiras questões do direito humano quando o outro é aliado, as organizações civis se colocam no papel de ditar comportamentos, sobre estado e cultura, feministas lutam pela completa substituição nos costumes, não levam em conta que modo de vida não deveria ser obrigatório em nenhum caso, a imposição vem de uma pretensa superioridade cultural, o embate entre Ocidente Cristão e Oriente islâmico a religião é só um dado, parece o que esta em curso é o confronto de civilizações. É simplismo achar que é histórico e não político.

É conclusiva a falsidade dos que se dizem bem informados, escamoteando interesses, desta forma criando militantes de uma verdade parcial, não é recriminavel a tomada de posição. Por quê a mídia nacional e internacional tão ciosa quanto a Cuba e Irã, não bradam que os governos deveriam também condenar veementemente, tal ato só demonstra que existem lados nada históricos a tábula ja possue escritos