Infecções por micobactéria assustam os brasileiros
12/08/2008 10h32
Quase 300 registros este ano, entre casos suspeitos e confirmados, de infecção por micobactéria - um parasita de crescimento rápido pouco comum no Brasil -, levaram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a emitir um alerta a todos os hospitais e profissionais de saúde. O principal problema, de acordo com o órgão, está na esterilização deficiente dos instrumentos utilizados em cirurgias com vídeo, a exemplo da endoscopia e da colonoscopia, e nas operações plásticas. A bactéria fez, em 2007, 851 vítimas. Muitas, depois de sofrerem dores terríveis em função da infecção hospitalar e de serem obrigadas a se submeter a outras cirurgias, ficaram com seqüelas, por conta do tratamento à base de fortes medicações.
Rio registrou uma infecção por dia em 2007
Considerada uma emergência epidemiológica pela Anvisa, as infecções pós-cirúrgicas ocorridas depois de videocirurgias foram maiores nos últimos oito anos no Rio do que nos cinco Estados com maior incidência no Brasil, segundo nota técnica divulgada pelo órgão. Embora atualmente a situação no Rio seja considerada sob controle - com 10 casos no primeiro trimestre - a Secretaria Estadual de Saúde mantém o alerta nas redes pública e privada de saúde devido ao novo surto identificado no Espírito Santo. Segundo registros do Sistema Único de Saúde (SUS), cerca de 30% dos pacientes internados em todo o país contraem algum tipo de infecção hospitalar.
Só no ano passado, o Rio contabilizou 416 casos - mais de um por dia - de infecções causadas pela Micobactéria de Crescimento Rápido (MCR). Em oito anos, foram 969 vítimas - mais do que o total de casos, no período, encontrados em Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Pará e Espírito Santo, os dois últimos, também com registro de epidemias recentes. O Rio é também o campeão absoluto de hospitais contaminados: de 128 unidades infectadas, 77 ficavam no Estado. Espírito Santo, o segundo colocado, registrou apenas 14 hospitais.
Hospitais particulares
Presidente da Associação de Estudos em Controle de Infecção Hospitalar do Estado do Rio (AECIHERJ), o infectologista Alberto Chebabo afirma que 80% das infecções por MCR ocorreram em hospitais particulares, simplesmente porque costumam ter mais equipamentos de videocirurgias - mais suscetíveis à contaminação por esse tipo de bactéria. O reaproveitamento de materiais descartáveis e a falta de esterilização adequada dos materiais videocirúrgicos foram os principais fatores de contaminação em massa.
- Os hospitais usavam uma solução química que achavam ser capaz de desinfectar - explicou Chebabo. - Isso porque o processo de esterilização podia demorar até 24 horas. Agora toda a estrutura teve de ser modificada.
Presidente da Sociedade Brasileira de Videocirurgia, Antônio Bispo credita também à conjuntura econômica a epidemia de MCR.
- Muitas vezes devido a limitações do plano de saúde ou à capacidade financeira do paciente, desinfectaram materiais descartáveis de forma inadequada - admite Bispo. - Não estamos numa situação epidêmica, o que não significa que não haja mais casos.
O próprio superintendente em Vigilância Sanitária do Estado, Victor Berbara, admite mais incidências. Todos os casos constatados no Rio estão sendo reanalisados. Segundo ele, houve 10 casos no primeiro trimestre deste ano, todos na capital.
- Estamos numa situação controlada, o que não quer dizer que não teremos novos casos - admitiu. - Continuamos com o nível de alerta elevado, principalmente devido ao surgimento de novos surtos em outros Estados.
Espírito Santo vive nova epidemia com 260 casos
O Espírito Santo é o Estado que atualmente mais registra casos de contaminação por micobactérias, com 35 notificações sendo investigadas, de acordo com a Anvisa. A Secretaria Estadual de Saúde, porém, já teria contabilizado 260 vítimas, entre casos confirmados e sob investigação. As cirurgias de lipoaspiração foram suspensas em sete clínicas e hospitais por tempo indeterminado e os aparelhos usados nesse tipo de operação tiveram de ser substituídos.
No mês passado, outros cinco casos foram registrados na Região Metropolitana de Vitória, capital do Estado. Pacientes vítimas de procedimentos videocirúrgicos inadequados já formaram até a Comissão das Vítimas de Infecção Hospitalar por Micobactéria e acionaram os hospitais na Justiça. Duzentos e quarenta e quatro pacientes tiveram 100% de reembolso nos tratamentos realizados no Estado.
Rio: mais cirurgias
Josier Vilar, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Município do Rio de Janeiro (SindhRio), defendeu que o Estado apresentou maior número de casos devido ao grande volume de cirurgias.
- Não podemos comparar o Rio com o Pará - defendeu o presidente do SindhRio. - Na época não sabíamos como controlar o processo. Hoje fizemos um rastreamento da epidemia e mudamos todo o processo de esterilização.
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A Mariana Bridi não morreu por infecção de MCR, mas sim pela infecção urinária causada pela Pseudomonas aeruginosa, uma bactéria Gram-negativa não fermentadora e, também bactérias do Staphylococcus (cocos Gram positivos).Essas são bactérias comuns ao ambiente hospitalar, principalmente em áreas com pacientes críticos (UTI). Infecções Urinárias geralmente não levam a morte, mas quando chegam aos rins que órgãos extremamente vascularizados, causam pielonefrite e chegam rapidamente a corrente sanguínea, causando septicemia (infecção generalizada). Foi um caso raro e extremamente triste. Descanse em paz Mariana.
Realmente ela morreu por uma infecção por Pseudomonas aeruginosa, que é uma bacteria Gram negativa. Geralmente, infecções urinários não são causadas por esse tipo de bactéria. Em aproximadamente 85% dos casos, são causadas por uma enterobactéria chamada Escherichia coli, e por aproximadamente 10% por Staphilococcus saprophiticus. Nesse porcentual restante se enquadram Proteus mirabillis, Kleibsiella sp, etc. A Pseumonas é raríssima em infecções comunitárias. O caso dela foi um caso isolado, no qual o tratamento foi retardado em virtude do atraso diagnóstico. Geralmente essas infecções são simplesmente tratadas com antibioticoterapia por 3 dias.
É realmente preocupante! Por isso, são necessárias as ações de prevenção contra ameaças de agravos à saúde. Os órgãos competentes devem estar atentos às providências com a evolução dessas micobactérias e afins.
olha só sei q é uma bacteria..q dá por causa da infecsão urinar...e foi pro sangue..dai deu tudo aquilo lá com ela...
daí morreu..
q Deus a tenha...