Filodoxia - (Do gr. phílos, amante e doxa, opinião).
a) Termo criado por Kant para indicar aqueles que apenas examinam os temas filosóficos como diletantes, sem o intuito de alcançar as soluções universalmente válidas.
b) O termo deve ser usado para indicar os filodoxos, os que apenas gostam de emitir opiniões sobre temas filosóficos, sem aprofundá-Ios de modo a alcançar juízos universalmente válido e apoditicamente demonstrados. São, em suma, os literatos da filosofia, não os verdadeiros filósofos.
Referência: Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais.
Segundo Platão, o filodoxo distingue-se do filósofo porque o primeiro acredita que o Conhecimento não é possível, e a única coisa possível e plausível é a [sua] opinião. Um exemplo de um filodoxo muito conhecido foi Bertrand Russell, que através da sua ética, resumia-a à retórica política capaz de convencer as massas. Segundo Russell, a procura da verdade é uma tontice, e por isso a ética resulta somente da capacidade de convencermos os outros das nossas ideias, por mais abstrusas que estas sejam. Segundo Russell, se alguém conseguir convencer [por via da retórica e não por via da lógica] os outros de que um conceito é exactamente o seu contrário, a nova definição do conceito passa a fazer parte da ética validada. Hitler e Estaline não fizeram outra coisa.
Russell não era só um filodoxo; ele era essencialmente uma besta.
A filodoxia não implica a lógica, mas antes uma retórica baseada no princípio da inexistência da verdade. O filodoxo parte sempre do princípio de que não existirão nunca respostas às perguntas que se colocam [pelo menos a algumas delas], e por isso, impõe-se invariavelmente a força da simples opinião pessoal.
O filósofo pensa que todas as perguntas terão necessariamente uma resposta. Naturalmente que há filósofos com maior capacidade de resposta às perguntas colocadas, do que outros ― a inteligência não é igual em todos ―, mas a recusa da possibilidade de existirem perguntas sem resposta, caracteriza o filósofo. E uma vez que não podem existir perguntas sem resposta, todas as questões colocadas pelos outros são meticulosamente analisadas, o que implica que o filósofo não se feche dogmaticamente nas suas opiniões sacralizadas, mas o que não significa que assimile as opiniões dos outros sem uma crítica lógico-formal.
De certa maneira, um filodoxo é um céptico em relação a todas as ideias excepto em relação às suas próprias ideias; o filósofo é um céptico em relação às ideias dos outros e em relação às suas próprias ideias, mas não duvida que as respostas às perguntas indicam o caminho que conduz à verdade.
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Filodoxia - (Do gr. phílos, amante e doxa, opinião).
a) Termo criado por Kant para indicar aqueles que apenas examinam os temas filosóficos como diletantes, sem o intuito de alcançar as soluções universalmente válidas.
b) O termo deve ser usado para indicar os filodoxos, os que apenas gostam de emitir opiniões sobre temas filosóficos, sem aprofundá-Ios de modo a alcançar juízos universalmente válido e apoditicamente demonstrados. São, em suma, os literatos da filosofia, não os verdadeiros filósofos.
Referência: Dicionário de Filosofia e Ciências Culturais.
Segundo Platão, o filodoxo distingue-se do filósofo porque o primeiro acredita que o Conhecimento não é possível, e a única coisa possível e plausível é a [sua] opinião. Um exemplo de um filodoxo muito conhecido foi Bertrand Russell, que através da sua ética, resumia-a à retórica política capaz de convencer as massas. Segundo Russell, a procura da verdade é uma tontice, e por isso a ética resulta somente da capacidade de convencermos os outros das nossas ideias, por mais abstrusas que estas sejam. Segundo Russell, se alguém conseguir convencer [por via da retórica e não por via da lógica] os outros de que um conceito é exactamente o seu contrário, a nova definição do conceito passa a fazer parte da ética validada. Hitler e Estaline não fizeram outra coisa.
Russell não era só um filodoxo; ele era essencialmente uma besta.
A filodoxia não implica a lógica, mas antes uma retórica baseada no princípio da inexistência da verdade. O filodoxo parte sempre do princípio de que não existirão nunca respostas às perguntas que se colocam [pelo menos a algumas delas], e por isso, impõe-se invariavelmente a força da simples opinião pessoal.
O filósofo pensa que todas as perguntas terão necessariamente uma resposta. Naturalmente que há filósofos com maior capacidade de resposta às perguntas colocadas, do que outros ― a inteligência não é igual em todos ―, mas a recusa da possibilidade de existirem perguntas sem resposta, caracteriza o filósofo. E uma vez que não podem existir perguntas sem resposta, todas as questões colocadas pelos outros são meticulosamente analisadas, o que implica que o filósofo não se feche dogmaticamente nas suas opiniões sacralizadas, mas o que não significa que assimile as opiniões dos outros sem uma crítica lógico-formal.
De certa maneira, um filodoxo é um céptico em relação a todas as ideias excepto em relação às suas próprias ideias; o filósofo é um céptico em relação às ideias dos outros e em relação às suas próprias ideias, mas não duvida que as respostas às perguntas indicam o caminho que conduz à verdade.
O. Braga
Na Íntegra:
http://espectivas.wordpress.com/2009/03/23/filodox...