Ancistrus spOs cascudos pertencentes ao gênero Ancistrus são encontrados em todo Brasil de norte a sul, e apresentam uma variedade enorme de espécies, formatos e colorações.
Dentre as diversas espécies de cascudos, as pertencentes a esse grupo (Ancistrus e afins, como Parancistrus, Hypancistrus etc.) são relativamente fáceis de reproduzir pois, diferente de outras espécies de cascudos, não cavam ninhos tocas profundas no solo, procuram frestas e tocas prontos.
Podemos reconhecer os cascudos deste grupo por apresentarem placas muito definidas, geralmente corpo curto e cabeça larga. a maioria das espécies possui formações carnosas na cabeça e espinhos retráteis logo atrás da boca, sob os olhos, no lugar onde imaginaríamos ser a "bochecha" deles.
Possuem boca grande e dentículos bem distribuídos por toda a extensão dos "lábios". São espécies oportunistas, alimentam-se de algas e matéria vegetal, mas podem se aproveitar de carcaças e restos de comida.
Podem inclusive acabar causando grande estrago em plantas de folhas mais macias, por isso, alimentação adicional diária com verduras e legumes é sempre bem vinda! Em se tratando de reprodução, melhor que a oferta seja constante, trocada diariamente.
São conhecidos como Bodós, Acarís ou Pretos-Velho. Algumas espécies, como o Aba Branca, o Aba Laranja, o Bodó Seda (Ancistrus sp. cf. hoplogenys), são muito bonitos e de coloração marcante, a maioria, no entanto, é escura, com manchas ora irregulares, como que marmorizados, ora super definida em pontos ou listras nítidas.
Os Ancistrus em si tem uma grande vantagem: são também relativamente fáceis de se diferenciar o sexo, facilitando muito a obtenção de casais!
Só que muitas vezes machos e fêmeas são tão diferentes que podem parecer espécies diferentes, por isso, procure comprá-los juntos, machos e fêmeas de uma mesma remessa. Aumenta a possibilidade de serem efetivamente da mesma espécie.
Na foto acima, casal de provavelmente Ancistrus temminckii alimentando-se de um pedaço de abobrinha.Perceba as formações carnosas na cabeça do macho, ausentes na fêmea.
OBTENDO A DESOVA
Tenho reproduzido cascudos do gênero Ancistrus sp. há anos, desde que consegui alguns cascudos desses como lembranças de meu primeiro NEC (Northeast Council of Aquarium Societies – evento de aquarismo da costa oeste estadunidense). Seu antigo dono me assegurou reproduzirem facilmente e que, brevemente estaria a volta com muitos “cascudinhos” nadando por aí.
Passou um ano e nem sinal de desova, e eu comecei a achar que não era algo assim tão simples! No tanque haviam alguns pedaços de cano de PVC, cascalho e plantas artificiais. Não conseguia imaginar o que estava fazendo errado.
Por sorte, num desses encontros, acabei reencontrando o antigo dono de meus cascudos. Discuti com ele detalhadamente sobre o procedimento e vi que precisaria de um lugar, como uma rocha de superfície plana, onde um macho poderia instituir seu ninho! Sem um lugar ideal para o ninho, eles não reproduzem.
Cheguei em casa e coloquei uma rocha, em três dias já havia um macho lá arrumando as coisas! Depois de dois dias apareceram os ovos!
Depois de cinco anos reproduzo a terceira geração desde o grupo original. Tenho cerca de 300 cascudos, vendo 25 a 50 por semana se não estaria abarrotado de cascudinhos mesmo! Sua fertilidade é muito grande e as perdas são mínimas!
O setup do aquário é bastante flexível. Aprecio aquários de 80 litros pela praticidade, sem cascalho, plantas ou quaisquer objetos de decoração, apenas duas coisas são indispensáveis: uma área para reprodução, além, claro, de um bom pedaço de tronco já afundado. Suprimir ao máximo a decoração facilita manter a assepsia do tanque, sifonagens, localizar os filhotes, etc.
Mantenho o PH ligeiramente ácido e em água de DH baixo. Há quem os reproduza em condições mais diversas, mas procuro ater-me ao padrão mais próximo de seus possíveis habitats.
A área de reprodução é algo fácil de construir. Uso uma caixa plástica mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos, coloco uma fina camada de areia ou cascalho fino. Usando um pequeno prato feito de material opaco e preferivelmente de cor escura, faço uma depressão neste cascalho e posiciono o prato sobre essa depressão, com a base para cima. Pode-se colocar alguma pedra maior ou mesmo um pequeno tronco para forçar uma pequena abertura, e coloco esse conjunto gentilmente no aquário, só tomando o cuidado de gentilmente retirar bolhas de ar que fiquem presas no prato.
A solução do prato é bastante confortável, pois tem uma boa área, é fácil de limpar e de guardar quando não estiver em uso, entretanto alguns exemplares preferem tocas mais apertada, como pedaços de cano cortados ao meio, gomos de bambu cortados ao meio ou telhas de barro.
Algumas vezes o macho ignora o prato e convida a fêmea a desovar entre a caixa plástica e o vidro da lateral. Não se preocupe com isso, pelo menos ele está de
Hipostomus punctatus é uma das 200 espécies de cascudo ou peixe gato
Os peixes siluriformes podem ter em comum grandes barbilhos dos lados da boca, quase como os bigodes de um gato: os bigodudos bagres são primos dos cascudos - que, sem barbilhos, ostentam a cara lisinha: eles perderam os bigodes ao longo de sua evolução, iniciada há 144 milhões de anos, no final do Triássico.
Lar, doce água
O cascudo não faz muita cerimônia quanto ao seu habitat. Desde que seja na água doce, ele é encontrado em rios de fundo pedregoso e águas torrentosas, e em águas calmas de fundo lodoso, como no caso do Hipostomus punctatus . Muitas pessoas das regiões interioranas do Brasil - na Amazônia, no Pantanal, no Nordeste e no Sudeste - alimentam-se desses peixes que atingem até 30 centímetros de comprimento, quando crescem em liberdade.
A boca do cascudo localiza-se na parte ventral do corpo - no fim do "queixo"- e suas narinas ficam na parte de cima da cabeça, à frente dos olhos, uma de cada lado. Ele possui corpo delgado, revestido por placas ósseas, e tem a cabeça grande. Sua coloração varia muito entre as várias espécies, mas por vezes o cascudo lembra um tubarão-baleia em miniatura (cinza-escuro com manchas claras). Com sua beleza exótica, os cascudos são muito apreciados por aquaristas.
Ativista ambiental
O peixe-gato guarda sete trunfos que fazem dele uma criatura especial. Pode-se dizer que além de serem peixes bonitos que ajudam na limpeza de aquários, são importantes biomarcadores de qualidade de água e de alimento tanto para o ser humano como para os outros animais.
As sete vidas do cascudo são, na verdade adaptações evolutivas muitíssimo interessantes e algumas delas são de grande importância para a saúde dos ecossistemas aquáticos.
1) Os cascudos são bons pais: eles produzem e cuidam de um número relativamente pequeno de ovos demersais (enterrados posicionados em um ninho ou presos à superfície de uma rocha ou planta, no leito do rio). Prendê-los é importante, pois o fluxo da água pode, facilmente, carregar os ovos. Os filhotes nascem com a forma do corpo e o comportamento similares aos dos peixes adultos.
2) Economizando energia: animais primitivos, em geral, apostam na quantidade de filhotes e não cuidam deles. Essa técnica de reprodução dispersa muita energia e tem pouco resultado. Devorados por predadores, poucos filhotes chegam à idade adulta. Mas os peixes-gato economizam energia - e otimizam sua prole - apostando em menor número de ovos e nos cuidados atentos do pai ou da mãe. Assim, a maior parte dos filhotes (ou alevinos) sobrevive.
3) Peixes-gato podem respirar ar: Embora a maioria dos peixes dependa das brânquias para extrair o oxigênio dissolvido na água e liberar o dióxido de carbono, peixes como o cascudo, os quais vivem em condições de baixas concentrações de oxigênio, não podem obtê-lo totalmente através das brânquias. Por isso, vão além: seu estômago funciona como um "pulmão", adaptado como um sítio de trocas gasosas - com a parede bem fininha, como uma membrana, e ricamente vascularizada.
Quando é preciso, o peixe deve subir à superfície e respirar o ar através das narinas, caso contrário poderá se afogar. Quem já segurou um cascudinho nas mãos, fora da água, pôde observar que ele fica inspirando o ar e expirando, fazendo lembrar a respiração de um mamífero terrestre.
4) Enquanto os outros dormem: muito espertos, esses peixes têm hábitos noturnos. São ativos à noite e descansam durante o dia. Para seus predadores (os que conseguem ficar acordados) é mais difícil caçar no escuro.
5) Cardápio sustentável: cascudos limpam o ambiente ao mesmo tempo em que comem. Alimentam-se de algas e restos orgânicos que se depositam no leito do rio. Por isso, são bastante importantes na ciclagem de nutrientes dos meios em que vivem.
Dentre as espécies de particular interesse científico, estão as Hipostomus punctatus e Liposarcus anisitsi. Ambas apresentam ampla resistência a poluentes e podem sobreviver em lugares muito poluídos, como estão a maioria das águas doces hoje em dia. Claro, não vale exagerar. E quando se fala de exagero, o ser humano bate recordes e nem o cascudo agüenta.
Basta ver notícias recentes nos jornais que mostram cascudos morrendo ou muito doentes por causa da poluição química nos rios Paraná e Paraíba do Sul. Sem falar que esse peixinho já foi o habitante mais típico dos rios Pinheiros e Tietê, em São Paulo, mas sucumbiu à quantidade de sujeira jogada naquelas águas.
6) Quando a natureza supera a tecnologia: estudos bem recentes mostram que os cascudos são importantes biomarcadores da qualidade da água. Como vivem no fundo (são demersais) onde a poluição sedimenta-se em maior quantidade, eles absorvem mais os poluentes. Quando o peixe fica com a coloração desbotada ou apresenta tumores, por exemplo, isto significa problemas de enormes proporções.
A saúde de todo o ecossistema do rio está, então, comprometida -os demais animais do rio também
Amigo, reprodução de cascudos só tive sucesso quando utilizei a própria natureza.Nunca consegui em aquários de vidros, nem em aquários de jardim.Infelizmente os exemplares vendidos em lojas de aquarismo são retirados da natureza. Um crime ambiental.
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Não achei nada sobre a reprodução deles .
OS CASCUDOS
Ancistrus spOs cascudos pertencentes ao gênero Ancistrus são encontrados em todo Brasil de norte a sul, e apresentam uma variedade enorme de espécies, formatos e colorações.
Dentre as diversas espécies de cascudos, as pertencentes a esse grupo (Ancistrus e afins, como Parancistrus, Hypancistrus etc.) são relativamente fáceis de reproduzir pois, diferente de outras espécies de cascudos, não cavam ninhos tocas profundas no solo, procuram frestas e tocas prontos.
Podemos reconhecer os cascudos deste grupo por apresentarem placas muito definidas, geralmente corpo curto e cabeça larga. a maioria das espécies possui formações carnosas na cabeça e espinhos retráteis logo atrás da boca, sob os olhos, no lugar onde imaginaríamos ser a "bochecha" deles.
Possuem boca grande e dentículos bem distribuídos por toda a extensão dos "lábios". São espécies oportunistas, alimentam-se de algas e matéria vegetal, mas podem se aproveitar de carcaças e restos de comida.
Podem inclusive acabar causando grande estrago em plantas de folhas mais macias, por isso, alimentação adicional diária com verduras e legumes é sempre bem vinda! Em se tratando de reprodução, melhor que a oferta seja constante, trocada diariamente.
São conhecidos como Bodós, Acarís ou Pretos-Velho. Algumas espécies, como o Aba Branca, o Aba Laranja, o Bodó Seda (Ancistrus sp. cf. hoplogenys), são muito bonitos e de coloração marcante, a maioria, no entanto, é escura, com manchas ora irregulares, como que marmorizados, ora super definida em pontos ou listras nítidas.
Os Ancistrus em si tem uma grande vantagem: são também relativamente fáceis de se diferenciar o sexo, facilitando muito a obtenção de casais!
Só que muitas vezes machos e fêmeas são tão diferentes que podem parecer espécies diferentes, por isso, procure comprá-los juntos, machos e fêmeas de uma mesma remessa. Aumenta a possibilidade de serem efetivamente da mesma espécie.
Na foto acima, casal de provavelmente Ancistrus temminckii alimentando-se de um pedaço de abobrinha.Perceba as formações carnosas na cabeça do macho, ausentes na fêmea.
OBTENDO A DESOVA
Tenho reproduzido cascudos do gênero Ancistrus sp. há anos, desde que consegui alguns cascudos desses como lembranças de meu primeiro NEC (Northeast Council of Aquarium Societies – evento de aquarismo da costa oeste estadunidense). Seu antigo dono me assegurou reproduzirem facilmente e que, brevemente estaria a volta com muitos “cascudinhos” nadando por aí.
Passou um ano e nem sinal de desova, e eu comecei a achar que não era algo assim tão simples! No tanque haviam alguns pedaços de cano de PVC, cascalho e plantas artificiais. Não conseguia imaginar o que estava fazendo errado.
Por sorte, num desses encontros, acabei reencontrando o antigo dono de meus cascudos. Discuti com ele detalhadamente sobre o procedimento e vi que precisaria de um lugar, como uma rocha de superfície plana, onde um macho poderia instituir seu ninho! Sem um lugar ideal para o ninho, eles não reproduzem.
Cheguei em casa e coloquei uma rocha, em três dias já havia um macho lá arrumando as coisas! Depois de dois dias apareceram os ovos!
Depois de cinco anos reproduzo a terceira geração desde o grupo original. Tenho cerca de 300 cascudos, vendo 25 a 50 por semana se não estaria abarrotado de cascudinhos mesmo! Sua fertilidade é muito grande e as perdas são mínimas!
O setup do aquário é bastante flexível. Aprecio aquários de 80 litros pela praticidade, sem cascalho, plantas ou quaisquer objetos de decoração, apenas duas coisas são indispensáveis: uma área para reprodução, além, claro, de um bom pedaço de tronco já afundado. Suprimir ao máximo a decoração facilita manter a assepsia do tanque, sifonagens, localizar os filhotes, etc.
Mantenho o PH ligeiramente ácido e em água de DH baixo. Há quem os reproduza em condições mais diversas, mas procuro ater-me ao padrão mais próximo de seus possíveis habitats.
A área de reprodução é algo fácil de construir. Uso uma caixa plástica mais ou menos do tamanho de uma caixa de sapatos, coloco uma fina camada de areia ou cascalho fino. Usando um pequeno prato feito de material opaco e preferivelmente de cor escura, faço uma depressão neste cascalho e posiciono o prato sobre essa depressão, com a base para cima. Pode-se colocar alguma pedra maior ou mesmo um pequeno tronco para forçar uma pequena abertura, e coloco esse conjunto gentilmente no aquário, só tomando o cuidado de gentilmente retirar bolhas de ar que fiquem presas no prato.
A solução do prato é bastante confortável, pois tem uma boa área, é fácil de limpar e de guardar quando não estiver em uso, entretanto alguns exemplares preferem tocas mais apertada, como pedaços de cano cortados ao meio, gomos de bambu cortados ao meio ou telhas de barro.
Algumas vezes o macho ignora o prato e convida a fêmea a desovar entre a caixa plástica e o vidro da lateral. Não se preocupe com isso, pelo menos ele está de
Hipostomus punctatus é uma das 200 espécies de cascudo ou peixe gato
Os peixes siluriformes podem ter em comum grandes barbilhos dos lados da boca, quase como os bigodes de um gato: os bigodudos bagres são primos dos cascudos - que, sem barbilhos, ostentam a cara lisinha: eles perderam os bigodes ao longo de sua evolução, iniciada há 144 milhões de anos, no final do Triássico.
Lar, doce água
O cascudo não faz muita cerimônia quanto ao seu habitat. Desde que seja na água doce, ele é encontrado em rios de fundo pedregoso e águas torrentosas, e em águas calmas de fundo lodoso, como no caso do Hipostomus punctatus . Muitas pessoas das regiões interioranas do Brasil - na Amazônia, no Pantanal, no Nordeste e no Sudeste - alimentam-se desses peixes que atingem até 30 centímetros de comprimento, quando crescem em liberdade.
A boca do cascudo localiza-se na parte ventral do corpo - no fim do "queixo"- e suas narinas ficam na parte de cima da cabeça, à frente dos olhos, uma de cada lado. Ele possui corpo delgado, revestido por placas ósseas, e tem a cabeça grande. Sua coloração varia muito entre as várias espécies, mas por vezes o cascudo lembra um tubarão-baleia em miniatura (cinza-escuro com manchas claras). Com sua beleza exótica, os cascudos são muito apreciados por aquaristas.
Ativista ambiental
O peixe-gato guarda sete trunfos que fazem dele uma criatura especial. Pode-se dizer que além de serem peixes bonitos que ajudam na limpeza de aquários, são importantes biomarcadores de qualidade de água e de alimento tanto para o ser humano como para os outros animais.
As sete vidas do cascudo são, na verdade adaptações evolutivas muitíssimo interessantes e algumas delas são de grande importância para a saúde dos ecossistemas aquáticos.
1) Os cascudos são bons pais: eles produzem e cuidam de um número relativamente pequeno de ovos demersais (enterrados posicionados em um ninho ou presos à superfície de uma rocha ou planta, no leito do rio). Prendê-los é importante, pois o fluxo da água pode, facilmente, carregar os ovos. Os filhotes nascem com a forma do corpo e o comportamento similares aos dos peixes adultos.
2) Economizando energia: animais primitivos, em geral, apostam na quantidade de filhotes e não cuidam deles. Essa técnica de reprodução dispersa muita energia e tem pouco resultado. Devorados por predadores, poucos filhotes chegam à idade adulta. Mas os peixes-gato economizam energia - e otimizam sua prole - apostando em menor número de ovos e nos cuidados atentos do pai ou da mãe. Assim, a maior parte dos filhotes (ou alevinos) sobrevive.
3) Peixes-gato podem respirar ar: Embora a maioria dos peixes dependa das brânquias para extrair o oxigênio dissolvido na água e liberar o dióxido de carbono, peixes como o cascudo, os quais vivem em condições de baixas concentrações de oxigênio, não podem obtê-lo totalmente através das brânquias. Por isso, vão além: seu estômago funciona como um "pulmão", adaptado como um sítio de trocas gasosas - com a parede bem fininha, como uma membrana, e ricamente vascularizada.
Quando é preciso, o peixe deve subir à superfície e respirar o ar através das narinas, caso contrário poderá se afogar. Quem já segurou um cascudinho nas mãos, fora da água, pôde observar que ele fica inspirando o ar e expirando, fazendo lembrar a respiração de um mamífero terrestre.
4) Enquanto os outros dormem: muito espertos, esses peixes têm hábitos noturnos. São ativos à noite e descansam durante o dia. Para seus predadores (os que conseguem ficar acordados) é mais difícil caçar no escuro.
5) Cardápio sustentável: cascudos limpam o ambiente ao mesmo tempo em que comem. Alimentam-se de algas e restos orgânicos que se depositam no leito do rio. Por isso, são bastante importantes na ciclagem de nutrientes dos meios em que vivem.
Dentre as espécies de particular interesse científico, estão as Hipostomus punctatus e Liposarcus anisitsi. Ambas apresentam ampla resistência a poluentes e podem sobreviver em lugares muito poluídos, como estão a maioria das águas doces hoje em dia. Claro, não vale exagerar. E quando se fala de exagero, o ser humano bate recordes e nem o cascudo agüenta.
Basta ver notícias recentes nos jornais que mostram cascudos morrendo ou muito doentes por causa da poluição química nos rios Paraná e Paraíba do Sul. Sem falar que esse peixinho já foi o habitante mais típico dos rios Pinheiros e Tietê, em São Paulo, mas sucumbiu à quantidade de sujeira jogada naquelas águas.
6) Quando a natureza supera a tecnologia: estudos bem recentes mostram que os cascudos são importantes biomarcadores da qualidade da água. Como vivem no fundo (são demersais) onde a poluição sedimenta-se em maior quantidade, eles absorvem mais os poluentes. Quando o peixe fica com a coloração desbotada ou apresenta tumores, por exemplo, isto significa problemas de enormes proporções.
A saúde de todo o ecossistema do rio está, então, comprometida -os demais animais do rio também
http://falandodepeixes-cascudo.blogspot.com/
Amigo, reprodução de cascudos só tive sucesso quando utilizei a própria natureza.Nunca consegui em aquários de vidros, nem em aquários de jardim.Infelizmente os exemplares vendidos em lojas de aquarismo são retirados da natureza. Um crime ambiental.