Género alegórico que consiste numa narrativa que ilustra uma lição de sabedoria, utilizando personagens de índole diversa, reais ou fantásticas, animadas ou inanimadas. Servem de exemplos clássicos os apólogos de Fedro e Esopo. Confunde-se facilmente com a fábula, embora esta se concentre mais em relações nais que envolvem coisas e animais, e com a parábola, que se ocupa mais de histórias entre homens e figuras alegóricas com sentido religioso. Hegel considera-a uma forma de parábola: “Pode-se considerar o apólogo como uma parábola que não utiliza apenas, e a título de analogia, um caso particular a fim de tornar perceptível uma significação geral de tal modo que ela fica realmente contida no caso particular que, no entanto, só é narrado a título de exemplo especial.” (Estética, II, 2c, Guimarães Editores, Lisboa, 1993, p.223).
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Jean de La Fontaine Inspirou-se nas literaturas clássica e oriental para escrever suas fábulas, pequenas histórias em que os animais representam os seres humanos e suas manias. Ainda que em grande parte baseados nos textos de Esopo, Fedro e Babrio, em lendas francesas ou orientais, os 240 apólogos de sua autoria são verdadeiras obras-primas que exerceram grande influência na cultura francesa, tanto que muitos de seus versos tornaram-se frases correntes no linguajar cotidiano. Uma delas – A Lebre e a Perdiz -, diz o seguinte:
Dos miseráveis nunca zombeis. Quem diz que sempre feliz sereis?
Mais de um exemplo do sábio Esopo, conspira em prova do nosso escopo.
O que em meus versos agora cito, foi noutros tempos por ele escrito.
Tinham num campo, lebre e perdiz, ao que parece, vida feliz.
Uns cães se achegam do lar tranqüilo; vai longe a lebre buscando asilo.
Perde-lhe o rastro toda a matilha, e nem Lindóia lhe dá na trilha.
De quente corpo a emanação, ao faro indica de um fino cão.
Filosofando, nelusco arteiro, conhece a lebre só pelo cheiro.
No encalço aperta, da fugitiva. Não quer que a presa lhe escape viva.
“A caça foi-se” (diz Carabí). Acreditai-me, nunca menti”.
Cansada, a lebre fugiu correndo, ao pé da furna caiu, morrendo.
Diz, por motejo, a companheira: “Pois não campavas de ser ligeira!
Teus pés velozes pra que prestaram, se dos molossos não te livraram?”
Enquanto zomba da desgraçada, dá-lhe a matilha rude assaltada.
Fia das asas o salvamento. Louca esperança! Vão pensamento!
Do açor as garras, misera, esquece! Mal ergue o vôo, nelas perece
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"A REVOLTA DAS PARTES DO CORPO" - Apólogo
Muitos foram os narradores de Fábulas, Contos e Apólogos. Através do uso de personalidades diversas, animadas ou inanimadas, as narrativas tinham a finalidade de ilustrar lições de sabedoria ou ética; entre esses narradores tem destaque Esopo, um clássico no gênero. Em Tito Lívio V/XXXII, encontramos o Apólogo de Nemênio Agripa - "A Revolta das partes do Corpo" - Conta a narrativa que em tempos em que no homem todas as partes ainda não formavam um todo único como agora, em que cada membro tinha sua opinião e sua linguagem, as diferentes partes se indignaram com o fato de ter a seu encargo o trabalho de fornecer tudo ao estômago, enquanto o estômago vadio no meio deles só fazia usufruir dos prazeres por eles proporcionados. Revoltados, fizeram um pácto: as mãos não mais levariam alimentos à boca; a boca não receberia os alimentos; os dentes não os triturariam... Dito e feito, o paro foi geral. Resultado: - sem os alimentos o corpo começou a definhar e caiu em extrema fraqueza; juntamente com o corpo todos os membros também se enfraqueceram. Daí compreenderam que a função do estômago também era produtiva e que os alimentos que para lá eram remetidos, eram devolvidos para todas as partes do corpo gerando força e energia. Essa energia era distribuida de forma igual para o corpo através do Sangue que circulava pelas veias indo a todos os pontos por menores e mais distantes que estivessem. E assim, a Vida de todos os membros era preservada. Neste apólogo vemos refletidos os efeitos de uma "greve" que a nível de comportamento social produz efeitos negativos. Um órgão que se recuse a efetuar suas tarefas e lá se vai o esforço de outros membros, especialmente se as funções boicotadas forem essenciais ao bom funcionamento do organismo como um todo.
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As Árvores e o Machado (autor Esopo)
Um homem foi à floresta e pediu às árvores para que estas lhe doassem um ramo para o seu machado novo. O Conselho das Árvores então concorda com o seu pedido, e oferecem-lhe uma jovem árvore para este fim.
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APÓLOGO
Género alegórico que consiste numa narrativa que ilustra uma lição de sabedoria, utilizando personagens de índole diversa, reais ou fantásticas, animadas ou inanimadas. Servem de exemplos clássicos os apólogos de Fedro e Esopo. Confunde-se facilmente com a fábula, embora esta se concentre mais em relações nais que envolvem coisas e animais, e com a parábola, que se ocupa mais de histórias entre homens e figuras alegóricas com sentido religioso. Hegel considera-a uma forma de parábola: “Pode-se considerar o apólogo como uma parábola que não utiliza apenas, e a título de analogia, um caso particular a fim de tornar perceptível uma significação geral de tal modo que ela fica realmente contida no caso particular que, no entanto, só é narrado a título de exemplo especial.” (Estética, II, 2c, Guimarães Editores, Lisboa, 1993, p.223).
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Jean de La Fontaine Inspirou-se nas literaturas clássica e oriental para escrever suas fábulas, pequenas histórias em que os animais representam os seres humanos e suas manias. Ainda que em grande parte baseados nos textos de Esopo, Fedro e Babrio, em lendas francesas ou orientais, os 240 apólogos de sua autoria são verdadeiras obras-primas que exerceram grande influência na cultura francesa, tanto que muitos de seus versos tornaram-se frases correntes no linguajar cotidiano. Uma delas – A Lebre e a Perdiz -, diz o seguinte:
Dos miseráveis nunca zombeis. Quem diz que sempre feliz sereis?
Mais de um exemplo do sábio Esopo, conspira em prova do nosso escopo.
O que em meus versos agora cito, foi noutros tempos por ele escrito.
Tinham num campo, lebre e perdiz, ao que parece, vida feliz.
Uns cães se achegam do lar tranqüilo; vai longe a lebre buscando asilo.
Perde-lhe o rastro toda a matilha, e nem Lindóia lhe dá na trilha.
De quente corpo a emanação, ao faro indica de um fino cão.
Filosofando, nelusco arteiro, conhece a lebre só pelo cheiro.
No encalço aperta, da fugitiva. Não quer que a presa lhe escape viva.
“A caça foi-se” (diz Carabí). Acreditai-me, nunca menti”.
Cansada, a lebre fugiu correndo, ao pé da furna caiu, morrendo.
Diz, por motejo, a companheira: “Pois não campavas de ser ligeira!
Teus pés velozes pra que prestaram, se dos molossos não te livraram?”
Enquanto zomba da desgraçada, dá-lhe a matilha rude assaltada.
Fia das asas o salvamento. Louca esperança! Vão pensamento!
Do açor as garras, misera, esquece! Mal ergue o vôo, nelas perece
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"A REVOLTA DAS PARTES DO CORPO" - Apólogo
Muitos foram os narradores de Fábulas, Contos e Apólogos. Através do uso de personalidades diversas, animadas ou inanimadas, as narrativas tinham a finalidade de ilustrar lições de sabedoria ou ética; entre esses narradores tem destaque Esopo, um clássico no gênero. Em Tito Lívio V/XXXII, encontramos o Apólogo de Nemênio Agripa - "A Revolta das partes do Corpo" - Conta a narrativa que em tempos em que no homem todas as partes ainda não formavam um todo único como agora, em que cada membro tinha sua opinião e sua linguagem, as diferentes partes se indignaram com o fato de ter a seu encargo o trabalho de fornecer tudo ao estômago, enquanto o estômago vadio no meio deles só fazia usufruir dos prazeres por eles proporcionados. Revoltados, fizeram um pácto: as mãos não mais levariam alimentos à boca; a boca não receberia os alimentos; os dentes não os triturariam... Dito e feito, o paro foi geral. Resultado: - sem os alimentos o corpo começou a definhar e caiu em extrema fraqueza; juntamente com o corpo todos os membros também se enfraqueceram. Daí compreenderam que a função do estômago também era produtiva e que os alimentos que para lá eram remetidos, eram devolvidos para todas as partes do corpo gerando força e energia. Essa energia era distribuida de forma igual para o corpo através do Sangue que circulava pelas veias indo a todos os pontos por menores e mais distantes que estivessem. E assim, a Vida de todos os membros era preservada. Neste apólogo vemos refletidos os efeitos de uma "greve" que a nível de comportamento social produz efeitos negativos. Um órgão que se recuse a efetuar suas tarefas e lá se vai o esforço de outros membros, especialmente se as funções boicotadas forem essenciais ao bom funcionamento do organismo como um todo.
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As Árvores e o Machado (autor Esopo)
Um homem foi à floresta e pediu às árvores para que estas lhe doassem um ramo para o seu machado novo. O Conselho das Árvores então concorda com o seu pedido, e oferecem-lhe uma jovem árvore para este fim.
(...)
Não coube todo o texto aqui. Veja o site :
http://folklusitania.heavenforum.com/templo-do-con...
GOOGLE..