preciso de uma poesia gaucha, para decorar e citar na frente da turma na semana farroupilha
quero ajuda de vocês
a poesia que quero tem q ser:
no minimo 3estrofes de 4linhas
maximo 4 estrofes de 3,4 linhas
pois nao sou bom em decorar --'
e tem, q ser de algum escritor famoso, e nao criação propia =)
10pontoos
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Tenho essas ai.
1ª
Canto agora nestes versos
com meu grito entusiasmado
a lida e o povo gaúcho
neste rincão abençoado
Quero falar do chimarrão
do churrasco e do gaiteiro
da linda prenda cheirosa
e do ginete faceiro
Das tropas cruzando as coxilhas
na toada mansa do tropeiro
nos tombos nas domas renhidas
e do galpão hospitaleiro
2ª
Canto o minuano cortante
o poncho amigo e o laço
a disparada da ema
e a boleadeira cortando o espaço
Exalto a história dessa gente
valente, simples e altiva
que tem a liberdade como semente
brotando da terra nativa
Sendo farrapo, chimango, maragato
ou peleador no Paraguai
são os rebentos deste Rio Grande
os filhos honrando o pai
3ª
Canto um tempo iluminado
pelas faíscas das adagas
pela prata dos arreios
e pelos olhares das amadas
Um tempo de muitas distâncias
vencidas num lombo tobiano
das frescas sangas de pedras
e das noites no chão pampeano
Vendo a tapera silenciosa
sinto um aperto no peito
lembrando o fio do bigode
e outras tradições de respeito
espero ter ajudado
queijo
O povo respondeu...
Chimarrão
(Glaucus Saraiva)
Amargo doce que eu sorvo
Num beijo em lábios de prata.
Tens o perfume da mata
Molhada pelo sereno.
E a cuia, seio moreno,
Que passa de mão em mão
Traduz, no meu chimarrão,
Em sua simplicidade,
A velha hospitalidade
Da gente do meu rincão.
Trazes à minha lembrança,
Neste teu sabor selvagem,
A mística beberagem,
Do feiticeiro charrua,
E o perfil da lança nua,
Encravada na coxilha,
Apontando firme a trilha,
Por onde rolou a história,
Empoeirada de glórias,
De tradição farroupilha.
Em teus últimos arrancos,
Ao ronco do teu findar,
Ouço um potro a corcovear,
Na imensidão deste pampa,
E em minha mente se estampa,
Reboando nos confins ,
A voz febril dos clarins,
Repinicando: "Avançar"!
E então eu fico a pensar,
Apertando o lábio, assim,
Que o amargo está no fim,
E a seiva forte que eu sinto,
É o sangue de trinta e cinco,
Que volta verde pra mim.
Amargo
(Jayme Caetano Braun)
Velha infusão gauchesca
De topete levantado
O porongo requeimado
Que te serve de vazilha
Tem o feitio da coxilha
Por onde o guasca domina,
E esse gosto de resina
Que não é amargo nem doce
É o beijo que desgarrou-se
Dos lábios de alguma china!
A velha bomba prateada
Que atrás do cerro desponta
Como uma lança de ponta
Encravada no repecho
Assim jogada ao desleixo
Até parece que espera
O retorno de algum cuera
Esparramado do bando
Que decerto anda peleando
Nalgum rincão de tapera!
Velho mate-chimarrão
As vezes quando te chupo
Eu sinto que me engarupo
Bem sobre a anca da história,
E repassando a memória
Vejo tropilhas de um pêlo
Selvagens em atropelo
Entreverados na orgia
Dos passes de bruxaria
Quando o feiticeiro inculto
Rezava o primeiro culto
Da pampeana liturgia!
Nessa lagoa parada
Cheia de paus e de espuma
Vão cruzando uma, por uma,
Antepassadas visões
Fandangos e marcações
Entreveros e bochinchos
Clarinadas e relinchos
Por descampados e grotas,
E quando tu te alvorotas
No teu ronco anunciador
Escuto ao longe o rumor
De uma cordeona floreando
E o vento norte assobiando
Nos flecos do tirador!
Sangue verde do meu pago
Quando o teu gosto me invade
Eu sinto necessidade
De ver céu e campo aberto
É algum mistério por certo
Que arrebentando maneias
Te faz corcovear nas veias
Como se o sangue encarnado
Verde tivesse voltado
Do curador das peleias!
Gaudéria essência charrua
Do Rio Grande primitivo
Chupo mais um, pra o estrivo
E campo a fora me largo,
Levando o teu gosto amargo
Gravado em todo o meu ser,
E um dia quando morrer,
Deus me conceda esta graça
De expirar entre a fumaça
Do meu chimarrão querido
Porque então irei ungido
Com água benta da raça!!!