Vários foram as formas e os instrumentos utilizados para castigar os escravos faltosos e mantê-los obediente e temerosos. Como instrumentos destinados à captura e contenção de cativos havia as correntes, correntes a gonilha a gargalheira, o tronco e o vira-mundo, as algemas, machos, cepo e a peia.
O cepo consistia num grosso tronco de madeira que o escravo carregava à cabeça preso por uma longa corrente a uma argola que trazia no tornozelo
O libambo. prendia o pescoço do escravo numa argola de ferro, de onde saía uma haste longa, também de ferro, Os anjinhos eram instrumentos de suplício que prendiam os dedos polegares da vítima em dois anéis que comprimiam gradualmente por intermédio de uma pequena chave ou parafuso
No período da escravidão no Brasil, costumava dizer que para o escravo são necessários três P, a saber, pau, pão e pano. E posto que comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau..
Nas cidades, os castigos de açoites eram feitos publicamente, nos pelourinhos. Eram colunas de pedra, velha tradição romana, que se erguiam em praça pública. Na parte superior, esta colunas tinham pontas recurvadas de ferro, onde se prendiam os condenados à forca. Mas o pelourinho tinha outros usos, além do da forca. Nele eram amarrados os infelizes escravos condenados à pena dos açoites. A multidão excitava e aplaudia, enquanto o chicote abria estrias de sangue no dorso nu do negro escravo...
Em alguns engenhos do Nordeste e fazendas do Sul, as crueldades de senhores de engenho e feitores atingiram extremos incríveis: novenas e trezenas de matar; anavalhamento do corpo, seguido de salmoura, marcas de ferro em brasa; multilações; estupros de negras escravas; castração; amputação de seios; fraturas dos dentes a marteladas... uma longa teoria de sadismo requintado. A conta é infindável. Havia processos verdadeiramente chineses, como os da urtigas, os dos insetos, o da roda d’água, a darmos crédito a testemunhos da época.
No Rio Grande do Sul costumavam os senhores fazer atar os punhos de escravos por meios de cordas e traves horizontais e mais altas do que a cabeça de modo que fiquem os membros superiores dirigidos para cima, e sobre os corpos, inteiramente nus, untar mel ou salmoura a fim de que miríades de insetos, como moscas, vespas, etc., os venham ferretear e pungir!
A série de instrumentos de suplício desafia a imaginação das consciência mais duras: o tronco, o vira mundo, o cepo, as correntes, as algemas, o libambo, a gargalheira, a gonilha ou golilha, a peia, o colete de couro, os anjinhos, a máscara, as placas de ferro...
Como o cepo cubano, o tronco brasileiro consistia em um grande pedaço de madeira retangular, aberto em duas metades, com buracos maiores para a cabeça e, menores, para os pés e a mãos do escravo. .A finalidade principal do tronco era a contenção do negro escravo turbulento ou que tivesse cometido qualquer falta. Mas converte-se também num instrumento de suplício se levarmos em conta a imobilidade forçada que provocava o negro escravo e a impossibilidade em que ficava de defender-se contra mosquitos, moscas e outros insetos, ou mesmo satisfazer os atos elementares da vida fisiológica.
. No Brasil, porém, o libambo teve uma significação restrita: serviu para designar aquele instrumento que prendia o pescoço do escravo numa argola de ferro, de onde saía uma haste longa, também de ferro, que se dirigia para cima ultrapassado o nível da cabeça do escravo. ... um antigo desenho feito por um artista popular alagoano, em 1888, mostra um escravo, Isidoro, de Pilar, Alagoas, preso por correntes e com um libambo ao pescoço.
.Outros instrumentos que prendiam o pescoço era a gargalheiras, a gonilha ou galilha, de que há vários feitios... Das gargalheiras partiam correntes que prendiam os membros do negro ao corpo, ou servia para atrelar os escravos uns aos outros, nos transportes dos mercados dos escravos para as fazendas ou, dentro destas, para os trabalhos vários.
Algemas, machos e peias prendiam mãos e pés do escravo. Havia-os de vários feitios, para escravos fortes, para os molecotes, etc. a peia era quase sempre numa só perna e prendia-se ao nível do tornozelo. O seu peso impedia que o escravo corresse, ou andasse depressa, dificultando assim a sua fuga.
Os anjinhos eram instrumentos de suplício, como o vis-á-pression das colônias francesas e inglesas que prendiam os dedos polegares da vítima em dois anéis que comprimiam gradualmente por intermédio de uma pequena chave ou parafuso. Era um suplício horrível que os senhores usavam quando queriam obter à força a confissão do escravo, incriminado de uma falta.
A máscara era usada para o escravo que furtava cana, ou rapadura, ou que comia terra. Era uma máscara de folha-de-flandres, que tomava todo o rosto, e vinha presa no occiput por uns prolongamentos que se fechavam por um cadeado. Apenas alguns orifícios premitiam a respiração. O escravo com a máscara não podia comer nem beber, sem permissão, e ficava neste suplício muitas vezes dias inteiros. A placa de ferro prendia do pescoço onde estava presa a uma golilha. Servia também para indicar o negro ladrão e fujão,como num exemplo do Museu do Instituto Histórico Alagoano.
A fantasia de alguns fazendeiros provavelmente engendrou outros instrumentos de suplício que escaparam a esta abolição muitos foram escondidos e enterrados, outros se deterioraram, muitos foram vendidos como ferro velho...
A escravidão por sim só já um dos mais revoltantes aviltamentos que o homem pode submeter seu semelhante, um ultraje à condição humana! Imagina então a que requintes o homem pode chegar então ao submeter seu semelhante à tortura, outro crime hediondo de que é capaz este se acha soberbamente a imagem e semelhante de Deus!
Fonte 1
ALGUNS CASTIGOS APLICADOS AOS ESCRAVOS.
Açoite: “- s. m. – 1. Instrumento feito com tiras de couro para castigar; chicote, azorrague. 2. Golpe, chicotada que se dá com o açoite. [...] O castigo do açoite foi instituído como pena do Código Penal e era aplicado ao escravo negro. O senhor requeria a aplicação da pena e obtinha uma autorização do intendente da polícia, que lhe dava o direito de determinar, segundo a natureza do delito, o número de chibatadas que este exigisse (de 50 a 200).”
Fonte: SCISÍNIO, Alaôr Eduardo. Dicionário da Escravidão. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial, 1997. P. 16.
Fonte 2
Os castigos eram considerados um espetáculo e eram feitos públicamente.
O sistema escravocrata constituiu um dos mais barbaros objetos de castigo, dentre eles foram:
açoite - chicote feito de cinco tiras de couro retorcido com nós; era ultilizado para punir pequenas faltas ou acelerar o ritmo de trabalho;
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Vários foram as formas e os instrumentos utilizados para castigar os escravos faltosos e mantê-los obediente e temerosos. Como instrumentos destinados à captura e contenção de cativos havia as correntes, correntes a gonilha a gargalheira, o tronco e o vira-mundo, as algemas, machos, cepo e a peia.
O cepo consistia num grosso tronco de madeira que o escravo carregava à cabeça preso por uma longa corrente a uma argola que trazia no tornozelo
O libambo. prendia o pescoço do escravo numa argola de ferro, de onde saía uma haste longa, também de ferro, Os anjinhos eram instrumentos de suplício que prendiam os dedos polegares da vítima em dois anéis que comprimiam gradualmente por intermédio de uma pequena chave ou parafuso
No período da escravidão no Brasil, costumava dizer que para o escravo são necessários três P, a saber, pau, pão e pano. E posto que comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau..
Nas cidades, os castigos de açoites eram feitos publicamente, nos pelourinhos. Eram colunas de pedra, velha tradição romana, que se erguiam em praça pública. Na parte superior, esta colunas tinham pontas recurvadas de ferro, onde se prendiam os condenados à forca. Mas o pelourinho tinha outros usos, além do da forca. Nele eram amarrados os infelizes escravos condenados à pena dos açoites. A multidão excitava e aplaudia, enquanto o chicote abria estrias de sangue no dorso nu do negro escravo...
Em alguns engenhos do Nordeste e fazendas do Sul, as crueldades de senhores de engenho e feitores atingiram extremos incríveis: novenas e trezenas de matar; anavalhamento do corpo, seguido de salmoura, marcas de ferro em brasa; multilações; estupros de negras escravas; castração; amputação de seios; fraturas dos dentes a marteladas... uma longa teoria de sadismo requintado. A conta é infindável. Havia processos verdadeiramente chineses, como os da urtigas, os dos insetos, o da roda d’água, a darmos crédito a testemunhos da época.
No Rio Grande do Sul costumavam os senhores fazer atar os punhos de escravos por meios de cordas e traves horizontais e mais altas do que a cabeça de modo que fiquem os membros superiores dirigidos para cima, e sobre os corpos, inteiramente nus, untar mel ou salmoura a fim de que miríades de insetos, como moscas, vespas, etc., os venham ferretear e pungir!
A série de instrumentos de suplício desafia a imaginação das consciência mais duras: o tronco, o vira mundo, o cepo, as correntes, as algemas, o libambo, a gargalheira, a gonilha ou golilha, a peia, o colete de couro, os anjinhos, a máscara, as placas de ferro...
Como o cepo cubano, o tronco brasileiro consistia em um grande pedaço de madeira retangular, aberto em duas metades, com buracos maiores para a cabeça e, menores, para os pés e a mãos do escravo. .A finalidade principal do tronco era a contenção do negro escravo turbulento ou que tivesse cometido qualquer falta. Mas converte-se também num instrumento de suplício se levarmos em conta a imobilidade forçada que provocava o negro escravo e a impossibilidade em que ficava de defender-se contra mosquitos, moscas e outros insetos, ou mesmo satisfazer os atos elementares da vida fisiológica.
. No Brasil, porém, o libambo teve uma significação restrita: serviu para designar aquele instrumento que prendia o pescoço do escravo numa argola de ferro, de onde saía uma haste longa, também de ferro, que se dirigia para cima ultrapassado o nível da cabeça do escravo. ... um antigo desenho feito por um artista popular alagoano, em 1888, mostra um escravo, Isidoro, de Pilar, Alagoas, preso por correntes e com um libambo ao pescoço.
.Outros instrumentos que prendiam o pescoço era a gargalheiras, a gonilha ou galilha, de que há vários feitios... Das gargalheiras partiam correntes que prendiam os membros do negro ao corpo, ou servia para atrelar os escravos uns aos outros, nos transportes dos mercados dos escravos para as fazendas ou, dentro destas, para os trabalhos vários.
Algemas, machos e peias prendiam mãos e pés do escravo. Havia-os de vários feitios, para escravos fortes, para os molecotes, etc. a peia era quase sempre numa só perna e prendia-se ao nível do tornozelo. O seu peso impedia que o escravo corresse, ou andasse depressa, dificultando assim a sua fuga.
Os anjinhos eram instrumentos de suplício, como o vis-á-pression das colônias francesas e inglesas que prendiam os dedos polegares da vítima em dois anéis que comprimiam gradualmente por intermédio de uma pequena chave ou parafuso. Era um suplício horrível que os senhores usavam quando queriam obter à força a confissão do escravo, incriminado de uma falta.
A máscara era usada para o escravo que furtava cana, ou rapadura, ou que comia terra. Era uma máscara de folha-de-flandres, que tomava todo o rosto, e vinha presa no occiput por uns prolongamentos que se fechavam por um cadeado. Apenas alguns orifícios premitiam a respiração. O escravo com a máscara não podia comer nem beber, sem permissão, e ficava neste suplício muitas vezes dias inteiros. A placa de ferro prendia do pescoço onde estava presa a uma golilha. Servia também para indicar o negro ladrão e fujão,como num exemplo do Museu do Instituto Histórico Alagoano.
A fantasia de alguns fazendeiros provavelmente engendrou outros instrumentos de suplício que escaparam a esta abolição muitos foram escondidos e enterrados, outros se deterioraram, muitos foram vendidos como ferro velho...
A escravidão por sim só já um dos mais revoltantes aviltamentos que o homem pode submeter seu semelhante, um ultraje à condição humana! Imagina então a que requintes o homem pode chegar então ao submeter seu semelhante à tortura, outro crime hediondo de que é capaz este se acha soberbamente a imagem e semelhante de Deus!
Fonte 1
ALGUNS CASTIGOS APLICADOS AOS ESCRAVOS.
Açoite: “- s. m. – 1. Instrumento feito com tiras de couro para castigar; chicote, azorrague. 2. Golpe, chicotada que se dá com o açoite. [...] O castigo do açoite foi instituído como pena do Código Penal e era aplicado ao escravo negro. O senhor requeria a aplicação da pena e obtinha uma autorização do intendente da polícia, que lhe dava o direito de determinar, segundo a natureza do delito, o número de chibatadas que este exigisse (de 50 a 200).”
Fonte: SCISÍNIO, Alaôr Eduardo. Dicionário da Escravidão. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial, 1997. P. 16.
Fonte 2
Os castigos eram considerados um espetáculo e eram feitos públicamente.
O sistema escravocrata constituiu um dos mais barbaros objetos de castigo, dentre eles foram:
açoite - chicote feito de cinco tiras de couro retorcido com nós; era ultilizado para punir pequenas faltas ou acelerar o ritmo de trabalho;
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