O livro Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães, publicado em 1836, é tido como marco fundador do Romantismo no Brasil. Em torno e sob liderança de Magalhães, um grupo de homens públicos e letrados articulou as primeiras manifestações do Romantismo no Brasil, num momento caracterizado pela tentativa de definição de uma identidade nacional.
É uma espécie de literatura poética de viagens, que, na época, deve ter fascinado muito aos jovens brasileiros. Estes, em sua grande maioria, não podiam fazer o que fizera o autor dos Suspiros Poéticos, isto é, escrever em Waterloo um poema sobre Napoleão, em Roma um poema sobre as ruínas daquela cidade, em Ferrara uns versos sobre o cárcere de Tasso. O livro de Magalhães, se não primava pela qualidade dos versos, unia a poesia e a experiência, a arte e a vivência, sendo, enfim, o exemplo maior do versejar ao gosto da aventura, do novo, do exótico, ao mesmo tempo que expressava a experiência do Eu em contato direto com a cultura erudita européia, sacralizada aos olhos dos românticos brasileiros.
Também a experiência pessoal, o contato com os amigos, faz-se presente no livro. E cabe aqui uma pequena observação em relação à edição de Sousa da Silveira. O ma “A meu amigo D. J. G. de Magalhães” provavelmente não foi escrito pelo próprio Magalhães, já que foi a ele endereçado. Teria sido composto, possivelmente, por Manuel de Araújo Porto Alegre, pois, no livro, o poema que se segue intitula-se “Em resposta a meu amigo M. de Araújo Porto Alegre”, sugerindo um diálogo entre os dois textos. Mas nada aí está muito claro, principalmente para o leitor leigo, que desconhece o hábito de os românticos trocarem esse tipo de “correspondência” poética nas próprias obras. Teria sido bem-vinda uma nota explicativa, por parte de Sousa da Silveira ou mesmo da parte dos editores posteriores, sobre a autoria do poema.
A segunda parte é dedicada, como o próprio título declara, à saudade,
evocando em 12 poemas a pátria, a família, os amigos, enfim, pessoas, fatos
e lugares caros ao poeta e dele apartados. Todavia, segundo Antonio Candido,
o saudosismo de Magalhães não transcende à saudade do “menino manhoso
longe da mãe”. De qualquer modo, o tema ganhou larga aceitação no
romantismo brasileiro, e muitos irão chorar a falta da mãe genitora, da mãe
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O livro Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães, publicado em 1836, é tido como marco fundador do Romantismo no Brasil. Em torno e sob liderança de Magalhães, um grupo de homens públicos e letrados articulou as primeiras manifestações do Romantismo no Brasil, num momento caracterizado pela tentativa de definição de uma identidade nacional.
É uma espécie de literatura poética de viagens, que, na época, deve ter fascinado muito aos jovens brasileiros. Estes, em sua grande maioria, não podiam fazer o que fizera o autor dos Suspiros Poéticos, isto é, escrever em Waterloo um poema sobre Napoleão, em Roma um poema sobre as ruínas daquela cidade, em Ferrara uns versos sobre o cárcere de Tasso. O livro de Magalhães, se não primava pela qualidade dos versos, unia a poesia e a experiência, a arte e a vivência, sendo, enfim, o exemplo maior do versejar ao gosto da aventura, do novo, do exótico, ao mesmo tempo que expressava a experiência do Eu em contato direto com a cultura erudita européia, sacralizada aos olhos dos românticos brasileiros.
Também a experiência pessoal, o contato com os amigos, faz-se presente no livro. E cabe aqui uma pequena observação em relação à edição de Sousa da Silveira. O ma “A meu amigo D. J. G. de Magalhães” provavelmente não foi escrito pelo próprio Magalhães, já que foi a ele endereçado. Teria sido composto, possivelmente, por Manuel de Araújo Porto Alegre, pois, no livro, o poema que se segue intitula-se “Em resposta a meu amigo M. de Araújo Porto Alegre”, sugerindo um diálogo entre os dois textos. Mas nada aí está muito claro, principalmente para o leitor leigo, que desconhece o hábito de os românticos trocarem esse tipo de “correspondência” poética nas próprias obras. Teria sido bem-vinda uma nota explicativa, por parte de Sousa da Silveira ou mesmo da parte dos editores posteriores, sobre a autoria do poema.
A segunda parte é dedicada, como o próprio título declara, à saudade,
evocando em 12 poemas a pátria, a família, os amigos, enfim, pessoas, fatos
e lugares caros ao poeta e dele apartados. Todavia, segundo Antonio Candido,
o saudosismo de Magalhães não transcende à saudade do “menino manhoso
longe da mãe”. De qualquer modo, o tema ganhou larga aceitação no
romantismo brasileiro, e muitos irão chorar a falta da mãe genitora, da mãe
pátria, da amada, do amigo, etc.
Aqui vai o livro na integra
http://www.pribi.com.br/biblioteca/38/40284881-fbe...
à o primeiro livro da escola Romântica do Brasil. Poesia... Romântica. Se for pro colégio, leia. Se for pra faculdade, leia. Se for por curiosidade, dispense. à literatura de bom nÃvel, mas dentro da formulinha do romantismo como a gente ouve falar: heroÃnas, super-Ãndios, blá, blá, blá.