Em A confissão da leoa, uma aldeia moçambicana é alvo de ataques mortais de leões provenientes da savana. O alarme chega à capital do país e um experimentado caçador, Arcanjo Baleiro, é enviado à região. Chegando lá, porém, ele se vê emaranhado numa teia de relações complexas e enigmáticas, em que os fatos, as lendas e os mitos se misturam.
Uma habitante da aldeia, Mariamar, em permanente desacordo com a família e os vizinhos, tem suas próprias teorias sobre a origem e a natureza dos ataques das feras. A irmã dela, Silência, foi a vítima mais recente.
O livro é narrado alternadamente pelos dois, Arcanjo e Mariamar, sempre em primeira pessoa. Ao longo das páginas, o leitor fica sabendo que eles já tiveram um primeiro encontro muitos anos atrás, quando Mariamar era adolescente e o caçador visitou a aldeia.
O confronto com as feras leva os personagens a um enfrentamento consigo mesmos, com seus fantasmas e culpas. A situação de crise põe a nu as contradições da comunidade, suas relações de poder, bem como a força, por vezes libertadora, por vezes opressiva, de suas tradições e mitos
Resumo 2
- Você, Mariamar, é que vai contar histórias.
- Mas eu sou uma menina, nunca cacei, nunca irei caçar…
- Todos já caçámos, todos já fomos caçados.
Pois é, Mia Couto “caçou-me” com este excelente romance. Ou poema?
Agora, lamento nunca ter lido nada dele. Ainda vou a tempo, os livros estão todos ali, alinhados por um moçambicano cioso das histórias da sua terra.
O leão não devora apenas pessoas. Devora a nossa própria humanidade.
A história baseia-se num acontecimento real, que ocorreu no norte de Moçambique, em 2008: inesperadamente, leões penetram em áreas habitacionais e tornam-se comedores de pessoas.
O pânico apodera-se dos habitantes da região. Não percebem o que se passa e não conseguem apanhar os leões assassinos, que em poucos meses fazem vinte e seis vítimas: vinte e cinco mulheres e um homem.
Mia Couto, que na altura trabalhava na região como biólogo, assiste ao desespero daquela gente e pede a Maputo que para ali mande caçadores experientes. Mandaram dois e só ao fim de dois meses os leões foram abatidos.
Isto foi o que realmente se passou.
Agora, neste romance extraordinário, o autor mistura de forma convincente o real com o irreal e conta a história através de dois narradores/personagens, que dividem entre si os capítulos do livro:
- a versão de Mariamar, uma jovem abusada pelo pai, Genito Mpepe, e maltratada pela mãe; uma jovem que aprendeu a ler com os animais; uma leoa que fez da palavra a sua arma, numa terra onde uma mulher… não é ninguém. Mariamar tem um sonho – viajar para a cidade e encontrar o homem que caçou o seu coração há dezasseis anos atrás.
- e o diário de Arcanjo Baleio, o estranho caçador (caçado) que foge da amada Luzilia, a cunhada, para fazer a sua última caçada, numa região onde já estivera há dezasseis anos atrás.
Sou caçador, sei o que é perseguir uma presa. Toda a minha vida, porém, fui eu o perseguido,
Tudo se passa na aldeia de Kulumani, um lugar onde vivem os pobres e os donos da pobreza, onde não há polícia, não há governo, e mesmo Deus só há às vezes.
A guerra passou por Kulumani e deixou um rasto de extrema miséria. Ali, a fome, o misticismo e a feitiçaria transformam os homens em bichos e os bichos em homens. Ali, a espingarda usa-se para caçar os fazedores de leões.
Para fazer a reportagem da caçada, chega com Baleio o jornalista/escritor Gustavo Regalo, o homem branco que odeia a caça, mas quer falar com testemunhas sobre os ataques dos leões, ouvir relatos sobre a guerra civil e… ver Baleio matar os comedores de pessoas.
Os aldeões olham-no com estranheza e colocam-lhe a pergunta chave deste romance:
Querem saber como morremos? Mas nunca ninguém veio saber como vivemos.
Eu acreditei a cem por cento nesta história – um hino à mulher moçambicana - narrada com a mestria dos que sabem "batucar" com as palavras e criar personagens convincentes e inesquecíveis.
Que bem escreve este fazedor de palavras.
.
Obs. Infelizmente, não li o livro, e estes foram os dois resumos que encontrei. Há apenas muitas resenhas; acho que voce terá de ler o livro e resumir, ou aguarde, talvez alguém,aqui do Yahoo que tenha lido, possa lhe dar um bom resumo. Boa Sorte.
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Resumo 1
Em A confissão da leoa, uma aldeia moçambicana é alvo de ataques mortais de leões provenientes da savana. O alarme chega à capital do país e um experimentado caçador, Arcanjo Baleiro, é enviado à região. Chegando lá, porém, ele se vê emaranhado numa teia de relações complexas e enigmáticas, em que os fatos, as lendas e os mitos se misturam.
Uma habitante da aldeia, Mariamar, em permanente desacordo com a família e os vizinhos, tem suas próprias teorias sobre a origem e a natureza dos ataques das feras. A irmã dela, Silência, foi a vítima mais recente.
O livro é narrado alternadamente pelos dois, Arcanjo e Mariamar, sempre em primeira pessoa. Ao longo das páginas, o leitor fica sabendo que eles já tiveram um primeiro encontro muitos anos atrás, quando Mariamar era adolescente e o caçador visitou a aldeia.
O confronto com as feras leva os personagens a um enfrentamento consigo mesmos, com seus fantasmas e culpas. A situação de crise põe a nu as contradições da comunidade, suas relações de poder, bem como a força, por vezes libertadora, por vezes opressiva, de suas tradições e mitos
Resumo 2
- Você, Mariamar, é que vai contar histórias.
- Mas eu sou uma menina, nunca cacei, nunca irei caçar…
- Todos já caçámos, todos já fomos caçados.
Pois é, Mia Couto “caçou-me” com este excelente romance. Ou poema?
Agora, lamento nunca ter lido nada dele. Ainda vou a tempo, os livros estão todos ali, alinhados por um moçambicano cioso das histórias da sua terra.
O leão não devora apenas pessoas. Devora a nossa própria humanidade.
A história baseia-se num acontecimento real, que ocorreu no norte de Moçambique, em 2008: inesperadamente, leões penetram em áreas habitacionais e tornam-se comedores de pessoas.
O pânico apodera-se dos habitantes da região. Não percebem o que se passa e não conseguem apanhar os leões assassinos, que em poucos meses fazem vinte e seis vítimas: vinte e cinco mulheres e um homem.
Mia Couto, que na altura trabalhava na região como biólogo, assiste ao desespero daquela gente e pede a Maputo que para ali mande caçadores experientes. Mandaram dois e só ao fim de dois meses os leões foram abatidos.
Isto foi o que realmente se passou.
Agora, neste romance extraordinário, o autor mistura de forma convincente o real com o irreal e conta a história através de dois narradores/personagens, que dividem entre si os capítulos do livro:
- a versão de Mariamar, uma jovem abusada pelo pai, Genito Mpepe, e maltratada pela mãe; uma jovem que aprendeu a ler com os animais; uma leoa que fez da palavra a sua arma, numa terra onde uma mulher… não é ninguém. Mariamar tem um sonho – viajar para a cidade e encontrar o homem que caçou o seu coração há dezasseis anos atrás.
- e o diário de Arcanjo Baleio, o estranho caçador (caçado) que foge da amada Luzilia, a cunhada, para fazer a sua última caçada, numa região onde já estivera há dezasseis anos atrás.
Sou caçador, sei o que é perseguir uma presa. Toda a minha vida, porém, fui eu o perseguido,
Tudo se passa na aldeia de Kulumani, um lugar onde vivem os pobres e os donos da pobreza, onde não há polícia, não há governo, e mesmo Deus só há às vezes.
A guerra passou por Kulumani e deixou um rasto de extrema miséria. Ali, a fome, o misticismo e a feitiçaria transformam os homens em bichos e os bichos em homens. Ali, a espingarda usa-se para caçar os fazedores de leões.
Para fazer a reportagem da caçada, chega com Baleio o jornalista/escritor Gustavo Regalo, o homem branco que odeia a caça, mas quer falar com testemunhas sobre os ataques dos leões, ouvir relatos sobre a guerra civil e… ver Baleio matar os comedores de pessoas.
Os aldeões olham-no com estranheza e colocam-lhe a pergunta chave deste romance:
Querem saber como morremos? Mas nunca ninguém veio saber como vivemos.
Eu acreditei a cem por cento nesta história – um hino à mulher moçambicana - narrada com a mestria dos que sabem "batucar" com as palavras e criar personagens convincentes e inesquecíveis.
Que bem escreve este fazedor de palavras.
.
Obs. Infelizmente, não li o livro, e estes foram os dois resumos que encontrei. Há apenas muitas resenhas; acho que voce terá de ler o livro e resumir, ou aguarde, talvez alguém,aqui do Yahoo que tenha lido, possa lhe dar um bom resumo. Boa Sorte.
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