Sim. Contanto que não tenha complicações nervosas ou vasculares durante a redução da fratura (recolocação). Não pode ter sído fragmentada demais. Também não pode ter sido exposta. Fora isso, não so pode, como deve ser resolvida conservadoramente (sem cirurgia). O tempo depende. Geralmente, um mês um mês e meio. Porém, você não pode fazer grandes esforços durante um período (o médico irá informar). e você deve fazer fisioterapia precocemente.
O tempo de resolução depende do tipo e do paciente. Pacientes idosos ou com alguma doença podem ter dificuldades em 'cicatrizar' o osso, logo demora mais do que uma criança saudável por exemplo.
Como você pode ver, dependendo do tipo de fratura e do paciente, tanto tratamento quanto tempo de resolução mudam.
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Sim. Contanto que não tenha complicações nervosas ou vasculares durante a redução da fratura (recolocação). Não pode ter sído fragmentada demais. Também não pode ter sido exposta. Fora isso, não so pode, como deve ser resolvida conservadoramente (sem cirurgia). O tempo depende. Geralmente, um mês um mês e meio. Porém, você não pode fazer grandes esforços durante um período (o médico irá informar). e você deve fazer fisioterapia precocemente.
Depende da fratura. Existem fraturas tão complexas, as cominutivas ou as expostas por exemplo, que o tratamento conservador seria arriscado e até mesmo imprudente. Mas também existem fraturas simples ou incompletas que não necessitam de cirurgia.
O tempo de resolução depende do tipo e do paciente. Pacientes idosos ou com alguma doença podem ter dificuldades em 'cicatrizar' o osso, logo demora mais do que uma criança saudável por exemplo.
Como você pode ver, dependendo do tipo de fratura e do paciente, tanto tratamento quanto tempo de resolução mudam.
Trinta e quatro fraturas diafisárias do úmero foram tratadas
conservadoramente prospectivamente pelo método
de Sarmiento simplificado, desenvolvido pelos autores; 24
fraturas preencheram os requisitos para ser incluÃdas nesta
revisão. A órtese consistiu de material plástico obtido
de frascos de soro fisiológico desprezados, aplicados segundo
técnica descrita. A consolidação radiológica foi obtida
em 91,6% dos casos, em média de 7,8 semanas. Desvios
angulares em varo-valgo tiveram como média 9,6º e desvios
angulares ântero-posteriores com média de 5,2º, sem
causar problemas estéticos ou funcionais. Estudos de biomecânica
demonstraram eficiência similar entre a órtese
originalmente descrita por Sarmiento e a aqui apresentada.
Os resultados clÃnicos e laboratoriais obtidos, associados
ao custo praticamente inexistente para a confecção da
órtese, tornam-na aplicável às condições socioeconômicas
brasileiras no tratamento das fraturas diafisárias do úmero
De acordo com a literatura, as fraturas diafisárias do úmero
podem ser tratadas de várias maneiras, geralmente optandose
por métodos conservadores. Vários autores descreveram,
desde o inÃcio do século, resultados com as diversas modalidades
de tratamento conservador, com tração esquelética ou
cutânea balanceada ou não, gesso toracobraquial, pendente
gessado, “pinças de confeiteiro” e Velpeau gessado ou não(1-6).
Sarmiento, a partir da década de 60, iniciou o tratamento
conservador das fraturas dos ossos da perna, visando mobilização
e função precoces do membro afetado(7-10); no inÃcio
utilizando-se de aparelho gessado (PTB-patelar tendon bearing)
e, com o desenvolvimento do método, evoluiu-se para
aparelhos de polipropileno pré-moldados. Com o sucesso obtido por este método de tratamento, no inÃcio da década de 70,
sua aplicação foi estendida para as fraturas diafisárias do úmero
e dos ossos do antebraço(11,12). Inicialmente era utilizada uma
única valva, feita de polipropileno, e mais tarde Sarmiento e
outros autores desenvolveram a órtese bivalve, a qual divide
melhor as forças compressivas nas partes moles, e em polietileno,
material mais maleável e de fácil moldagem(13-16).
O método de Sarmiento, no tratamento das fraturas do úmero,
eliminou quase que totalmente as complicações dos métodos
rÃgidos, tais como: capsulite adesiva e subluxação transiente
do ombro, rigidez articular do cotovelo e longos perÃodos
de recuperação funcional. Ele obteve resultados excelentes,
com consolidação em média de 10,6 semanas; a função praticamente
normal da extremidade envolvida foi obtida em 95%
dos casos(16).
O método de Sarmiento nos parece ser ideal para o tratamento
das fraturas do úmero. Ã, no entanto, inacessÃvel para a
grande maioria da população de um paÃs em desenvolvimento,
devido ao seu alto custo (R$ 250,00 em média) e a necessidade
de um técnico em órteses para a sua confecção. Baseados
nisso é que desenvolvemos uma órtese, a partir de frascos
plásticos vazios de soro fisiológico, descartáveis e disponÃveis
em qualquer local do paÃs, não necessitando de pessoal
técnico especializado para sua confecção.
O intuito desta revisão é demonstrar a nossa experiência
prospectiva e laboratorial com o método de Sarmiento simplificado
MATERIAL E MÃTODOS
De julho de 1989 a setembro de 1992, utilizamos o método
simplificado de Sarmiento em 33 pacientes com 34 fraturas
do úmero, sendo uma bilateral. Vinte e quatro fraturas em 23
pacientes foram seguidas, segundo o protocolo de tratamento,
por um dos autores (P.C.C.H.).
Vinte e sete (79,4%) ocorreram no sexo masculino e sete
(20,6%) no feminino; as idades variaram de 28 a 83 anos,
com média de 33 anos. A causa mais freqüente do trauma foi
atropelamento em 14 casos (41,2%), acidentes automobilÃsticos
em 6 casos (17,6%), acidentes motociclÃsticos em 4 casos
(11,8%); queda da própria altura em 4 casos (11,8%); queda
superior a 2 metros de altura em 3 casos (8,8%) e 1 caso de
ferimento por arma de fogo, fratura patológica por tumor e
esforço fÃsico rotacional em “braço de ferro”, categorizando
8,8%.
As fraturas foram diafisárias: 23 casos (67,6%) envolvendo
o terço médio, 8 casos (23,6%) o terço distal e 3 casos (8,8%)
o terço proximal da diáfise.
Quanto ao tipo de fratura, a de maior incidência foi a cominutiva
em 19 casos (55,9%) e não cominutivas em 14 casos
(41,2%), além de uma fratura segmentar (2,9%). Todas as fraturas
foram fechadas, exceto uma no terço médio que foi exposta,
tipo 2 de Gustillo.
O método constou de uma órtese, confeccionada a partir de
dois frascos plásticos de soro fisiológico de 1.000ml, que, retirados
o topo e o fundo, formam duas folhas plásticas (valvas),
0,5 metro de malha tubular, de 7cm de largura, um rolo
de algodão ortopédico de 15cm e 1 metro de esparadrapo
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FRATURA DIAFISÃRIA DO ÃMERO: “SARMIENTO” SIMPLIFICADO
Fig. 3 – A) Colocação de algodão ortopédico; B) Colocação da primeira
valva anteriormente; C) Colocação da segunda valva posteriormente; D)
Fixação das valvas com esparadrapo.
A técnica de colocação da órtese segue os seguintes passos:
1) Limpeza do braço com aplicação de Benjoin (fig. 2A);
2) Aplicação de esparadrapo longitudinal (fig. 2, B e C),
colocação da malha tubular (fig. 2D), seguida do algodão ortopédico
(fig. 3A), com cuidado para aplicar uma camada extra,
próxima do cotovelo e axila, no intuito de evitar macerações;
3) Colocação da primeira valva plástica anteriormente, com
a abertura posterior, e da segunda valva posteriormente, com
abertura anterior (fig. 3, B e C);
4) Ajuste das valvas em torno das partes moles, tentando
fazer compressão importante sobre a musculatura bicipital e
tricipital do braço (sem causar efeito torniquete) e fixação destas
com três tiras de esparadrapo circular (fig. 3D);
5)Acabamento com faixa de crepe e confecção de tipóia
(fig. 4).
Como protocolo de tratamento, no primeiro dia de fratura,
foi aplicada tala gessada axilopalmar, mantida por uma semana,
após a qual foi colocada órtese. Prescrita orientação de
fisioterapia domiciliar: exercÃcios de circundação do ombro e
flexo-extensão ativa do cotovelo, evitando-se a abdução ativa
do ombro. Os retornos foram a cada duas semanas, quando,
por motivo de higiene e ajuste, as órteses eram trocadas e observadas
possÃveis lesões de pele. Em cada revisão foram realizadas
radiografias de controle ântero-posterior e laterais, com
observação do grau de consolidação, anotados os graus de
movimento das articulações e realizado exame neurológico e
clÃnico da extremidade com especial atenção à mobilidade do
foco da fratura.
A retirada da órtese foi feita somente quando da consolidação
clÃnica e radiológica da fratura. Alta após um mês, quando
era repetida a radiografia e confirmada a consolidação.
Realizamos estudos simulando fratura de úmero, comparando
a rigidez do sistema sem órtese, com órtese de polietileno
tipo Sarmiento e com a nossa órtese simplificada.
Conforme esquema (fig. 5), simulou-se uma fratura do úmero
com cano de ferro galvanizado de 60cm de comprimento,
com 1,8cm de diâmetro, serrado ao meio e uma de suas extremidades
fixada a uma base com angulação de 45º. Uma mangueira
de borracha de 10cm de comprimento por 1cm de diâmetro
mantinha conexão entre os dois tubos, representando o
foco da fratura. Envolvendo todo o sistema foi colocada uma
peça de músculo bovino, simulando as partes moles que circundam
a fratura (fig. 6A)A parte experimental foi realizada com a aplicação de três
quilogramas na extremidade livre do sistema (fig. 6) e radiografia
ântero-posterior efetuada: a) sem nenhum método de
imobilização (fig. 6B); b) com a fixação externa pelo aparelho
clássico de Sarmiento de polietileno (fig. 6C); e c) com a
nossa órtese simplificada (fig. 6D), atentando-se para o grau
de flexão sofrido pelo sistema.
RESULTADOS
Dos 23 pacientes com 24 fraturas seguidos pelos autores,
conforme o protocolo descrito, a consolidação clÃnica foi obtida,
em média, após 6,3 semanas de imobilização, variando
de 4,5 a 10 semanas, com consolidação radiológica em média
após 7,8 semanas, variando de 6 a 11 semanas (fig. 7). Embora
não tenhamos um valor estatÃstico absoluto, notamos nÃtida
consolidação mais rápida nos casos de fraturas cominutivas.
Duas fraturas evoluÃram para pseudartrose, sendo uma em
paciente epiléptico e outra em paciente que não observou a
orientação protocolar, retornando à s atividades fÃsicas pesadas
de imediato à implantação da órtese; estes casos foram
excluÃdos da estatÃstica de tempo e consolidação e tratados
cirurgicamente.
Os desvios angulares das fraturas consolidadas foram medidos
nas radiografias finais, sendo todos os desvios em varo.e em média de 9,6º, variando de 2 a 20º, e posteriores com a
média de 5,2º, variando de 2 a 10º. Nenhum dos pacientes
apresentou queixa estética ou funcional relativa aos desvios
(fig. 8).
O comprimento do úmero foi medido nas radiografias ântero-
posteriores finais, que mostraram encurtamento em média
de 4,1mm, variando de 0 a 7mm (fig. 9).
Dois dos pacientes se apresentaram com lesão do nervo radial
imediata à fratura, com recuperação total: uma após seis semanas e a outra após cinco meses, não exigindo nenhuma
modificação substancial do protocolo.
Além dos dois (8,3%) casos de pseudartrose, relacionamos
como complicações: uma (4,1%) fratura consolidada após 18
semanas (considerada como retardo de consolidação), um caso
(4,1%) de subluxação transiente do úmero, melhorada após
exercÃcios fisioterápicos, dois casos (8,3%) de rigidez do cotovelo
melhorada com fisioterapia. Todos os pacientes apresentaram
grau leve de dermatite de contato que não interferiu
com o tratamento e solucionada espontaneamente após o término
do mesmo.
No simulador de fratura, tivemos desvio angular de 70º no
sistema sem imobilização (fig. 6B), desvio de 10º no sistema
do tipo Sarmiento de polietileno (fig. 6C) e desvio de 10º no
sistema simplificado (fig. 6D).
DISCUSSÃO
Nossos resultados foram comparados com os da literatura
mundial(12-16), com o óbvio custo menor pela utilização de
material desprezado dentro do ambiente médico-hospitalar.
Sarmiento e Zagorski demonstraram em estudos biomecânicos
que: a rigidez do foco da fratura de óssos longos, necessária
para estabilização e consolidação da mesma, é feita Ã
custa da compressão das partes moles ao redor da fratura e
não pela resistência e dureza do material utilizado na confecção
da órtese(10,16,17). Nosso experimento biomecânico comprova
os achados de Zagorski, provando a viabilidade do uso
da órtese simplificada ao invés da órtese clássica de Sarmiento.
As complicações com relação à consolidação são explicadas
pela grande mobilidade aplicada ao foco da fratura no inÃcio do tratamento, pela falta de cooperação de nossos pacientes.
Esse fato explica sobremaneira os nossos casos de
pseudartrose, pois um deles ocorreu em paciente epiléptico
não controlado e o outro em um paciente que retornou à atividade
pesada de imediato à colocação da órtese, sem o nosso
aval. Um dos casos foi tratado com osteossÃntese com placa,
parafusos e enxertia óssea, e o outro por injeção de medula
óssea do ilÃaco no foco da pseudartrose, ambas com bons resultados.
Os desvios angulares, de até 20º, devido à massa de partes
moles do braço e à grande mobilidade das articulações adjacentes,
não causaram qualquer problema estético ou funcional(
12,16,17).
A abdução ativa do ombro deve ser evitada nas primeiras
semanas do tratamento, prevenindo-se assim desvios angulares
em varo de maior significação(18).
Outro aspecto citado por Sarmiento e também observado
nos nossos casos, com relação à maior rapidez de consolidação
das fraturas cominutivas, quando comparadas com as transversas,
se deve ao fato de que provavelmente ocorre maior
intensidade de microtraumas no foco da fratura durante o tratamento,
estimulando o desenvolvimento de calo ósseo exuberante(
18).
Baseado no sucesso com as fraturas do úmero e devido ao
baixo custo socioeconômico do método, estendemos esta forma
de tratamento simplificada para as fraturas diafisárias do
antebraço e fêmur, o que será motivo de futuras revisões.
CONCLUSÃES
Com a órtese de Sarmiento simplificada, acreditamos poder
atingir o mesmo Ãndice de sucesso no tratamento das fraturas diafisárias do úmero do que o conseguido por outros
autores que usaram métodos semelhantes, com um custo socioeconômico
menor e aplicável às nossas realidades-