May 2021 2 95 Report
Como interpretar o poema "Clair de Lune" ("Luar") de Victor Hugo de acordo com a óptica do Romantismo?

Olá a todos. Estou precisando de uma ajuda para a intepretação de um poema de Victor Hugo, que me resultou especialmente difícil na hora de interpretar.

Vejamos, Victor Hugo é conhecido como o líder do Romantismo francês. Entretanto, falar em Romantismo é algo complicado já que, diante de tantos elementos que o compõem que o distinguem como estilo literário, podemos ter muito poucas certezas sobre o que qualifica algo como "romântico".

A única coisa em que consigo pensar é no fato de ter sido um estilo literário que rompeu definitivamente com a valorização da escrita clássica grega, ou seja, enquanto a "crítica literária" até então exaltava Homero, Hesíodo, etc., e recomendava que toda a poesia posterior aos escritores gregos "imitassem-nos", o movimento romântico propôs o individualismo e uma forma nova e original de encarar literatura e, especificamente aqui, poesia.

Sobre o poema "Claire de Lune", de Victor Hugo, traduzido como "Luar", como pode ele ser interpretado, estando tal interpretação de acordo com as características do Romantismo? Segue o poema junto a sua respectiva tradução ao português.

Clair de lune

Per amica silentia lunae (Virgile)

La lune était sereine et jouait sur les flots. -

La fenêtre enfin libre est ouverte à la brise,

La sultane regarde, et la mer qui se brise,

Là-bas, d'un flot d'argent brode les noirs flots.

De ses doigts en vibrant s'échappe la guirate.

Elle écoute... Un bruit sourd frappe les sourds échos.

Est-ce un lourd vaisseau turc qui vient des eaux de Cos

Battant l'archipel grec da sa rame tartare?

Sont-ce des cormorans qui plongent tour à tour,

Et coupent l'eau, qui roule en perles sur leur aile?

Est-ce un djinn qui là-haut siffle d'une voix grêle,

Et jette dans la mer les créneaux de la tour?

Qui trouble ainsi les flots près du sérail des femmes? -

Ni le noir cormoran, sur la vague bercé,

Ni les pierres du mur, ni le bruit cadencé

Du lourd vaisseau, rampant sur l'onde avec des rames.

Ce sont des sacs pesants, d'où partent les sanglots,

On verrait, en sondant la mer qui les promène,

Se mouvoir dans leurs flancs comme une forme humaine...

La lune était sereine et jouait sur les flots.

Luar

Per amica silentia lunae. (Virgílio)

Serena paira a lua e nas ondas rebrilha.

Livre a janela, enfim, aberta para a brisa,

A sultana olha, além, e o mar que se repisa,

Com um fluxo de prata adorna as negras ilhas.

Vibrando, de seus dedos, escapa a guitarra.

Ela ouve... Um surdo som golpeia os surdos ecos.

Uma grande nau turca a vir de águas de Cos

A agitar o arquipélago com remos tártaros?

Os alcatrazes, um a um, a mergulhar

Cortando a água que **** em pérolas sobre asas?

Será um djim que lá no alto assovia em voz rasa

E lança ameias lá da torre para o mar?

Quem pois revolve as vagas lá perto do harém?

Nem o negro alcatraz sobre o fluxo embalado,

Nem as pedras do muro ou rumo ritmado

Da grande nau pela onda e remos em vaivém.

São alforjes de peso; e dos prantos a trilha.

Ver-se-ia ao sondar o mar que os engalana,

Moverem-se em seus flancos tal qual forma humana...

Serena paira a lua e nas ondas rebrilha.

Atualizada:

ERRATA: onde se lê "guirate" leia-se "guitare".

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