Os tumores linfóides e as leucemias são mais comuns na órbita e conjuntiva mas podem acometer estruturas intra-oculares. Freqüentemente mimetizam o melanoma amelanótico, os tumores metastáticos ou a inflamação intra-ocular, dificultando o diagnóstico clínico. Também oferecem dificuldades para o diagnóstico histopatológico. Em alguns casos, embora não haja dúvidas quanto à malignidade, as células são tão indiferenciadas que é difícil a distinção entre um tumor linfóide e um tumor indiferenciado. Se linfóide, pode ser difícil determinar se é um tumor localizado, sistêmico ou parte de um processo leucêmico. Também pode ser difícil a distinção entre um linfoma bem-diferenciado e um processo reacional (pseudotumor inflamatório) 152.
A hiperplasia linfóide reativa benigna é uma forma peculiar, rara de pseudotumor, envolvendo a úvea com comprometimento simultâneo, ou não, da conjuntiva e/ou órbita. O diagnóstico diferencial inclui o melanoma amelanótico, o carcinoma metastático, o linfoma de grandes células, a uveíte simpática e a esclerite posterior. É caracterizada pela proliferação de linfócitos maduros e em alguns casos é possível a identificação de focos de células mais pálidas, lembrando folículos germinativos. Quando há envolvimento de conjuntiva ou órbita, a biópsia destes tecidos pode auxiliar o diagnóstico. Em casos selecionados, pode-se proceder à biópsia intra-ocular com agulha fina 153. Nos casos suspeitos, mas não confirmados, pode-se fazer teste terapêutico com corticosteróide ou radioterapia em baixas doses. Em algumas ocasiões, a enucleação diagnóstica pode ser necessária.
Os linfomas não Hodgkin podem, ocasionalmente, infiltrar os tecidos intra-oculares, sendo o linfoma de células grandes, também conhecido como sarcoma de células reticulares ou linfoma histiocítico, o mais comum 154-156. Representa, em geral, doença sistêmica, embora o envolvimento ocular possa ser a primeira manifestação. Ocorre, com maior freqüência, em indivíduos idosos e, em cerca de 80% dos casos são bilaterais. Há dois tipos de linfoma intra-ocular, o vítreo-retiniano e o uveal 152. A forma vítreo-retiniana, mais comum, está, em geral, associada ao linfoma do sistema nervoso central, e é caracterizada por sinais e sintomas de uveíte posterior ou vitreíte. A forma uveal, menos comum vem, em geral, associada ao linfoma visceral ou nodal. Caracteriza-se por lesões múltiplas ou solitárias, bem definidas, branco-amareladas, sem reação vítrea, e que demonstraram ser coleções de linfócitos abaixo do epitélio pigmentar da retina. Quanto ao diagnóstico diferencial, convém lembrar o carcinoma metastático, o melanoma amelanótico, o hemangioma de coróide e a hiperplasia linfóide reativa. Se envolvida a íris, adiciona-se ao diferencial a uveíte anterior, o carcinoma metastático para a íris e o melanoma difuso da íris. O diagnóstico de linfoma deve ser lembrado nas uveítes de causa desconhecida do indivíduo idoso.
Nos casos de intenso envolvimento vítreo, o diagnóstico pode ser feito pelo exame citológico de material obtido por meio de uma aspiração do vítreo 155 ou de uma vitrectomia diagnóstica 157. Em outros casos, a biópsia de coróide pode ser necessária 158. As células são geralmente grandes e atípicas, com citoplasma escasso, núcleo oval ou em forma de rim e com nucléolo proeminente. A abordagem diagnóstica na suspeita de linfoma ocular inclui a TC de crânio e o exame do líquido cefalorraquideano. O tratamento consiste na radioterapia e/ou quimioterapia.
A leucemia mielóide ou linfóide, aguda ou crônica, pode afetar as estruturas intra-oculares. A infiltração leucêmica verdadeira ocorre em cerca de 3% dos pacientes, enquanto que a hemorragia intra-ocular e outras complicações associadas a alterações hematológicas aparecem em 40 a 50% dos casos 159, 160. As células leucêmicas podem infiltrar a retina, trato uveal, nervo óptico e vítreo. O envolvimento da íris freqüentemente aparece como um espessamento difuso e em alguns casos pequenos nódulos podem ser observados na margem pupilar. Células tumorais podem acumular-se na câmara anterior formando o pseudo-hipópio, e a infiltração do trabeculado pode provocar glaucoma secundário. Os achados retinianos incluem exsudatos duros e algodonosos, e hemorragias (manchas de Roth). Infiltrados leucêmicos podem ser vistos como depósitos amarelados na retina, no espaço sub-retiniano e na coróide. Infiltrados verdadeiros devem ser diferenciadas das lesões por agentes oportunísticos viral ou fúngico e dos infiltrados linfomatosos. O diagnóstico baseia-se no exame direto de tecido ou células intra-oculares. A paracentese, a biópsia aspirativa por agulha fina ou a vitrectomia diagnóstica fornecem material para exame citológico 161. Em casos excepcionais, com envolvimento coriorretiniano, a biópsia de coróide pode ser de valor diagnóstico 162. O tratamento do olho envolvido geralmente consiste na radioterapia em baixas doses e na quimioterapia sistêmica. O prognóstico visual depende do tipo
São pequenos nódulos linfáticos no intestino, que tendem a segregar muco, algo considerado normal pela gastroenterologista. A mucosa intestinal está bem. Descobri um estudo na internet que diz "não haver necessidade de tratamento, a não ser uma melhor adaptação alimentar". Ou seja, lá continuo com a dieta completamente isenta de leite de vaca. Nada de margarina, manteiga, nem para cozinhar.
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Os tumores linfóides e as leucemias são mais comuns na órbita e conjuntiva mas podem acometer estruturas intra-oculares. Freqüentemente mimetizam o melanoma amelanótico, os tumores metastáticos ou a inflamação intra-ocular, dificultando o diagnóstico clínico. Também oferecem dificuldades para o diagnóstico histopatológico. Em alguns casos, embora não haja dúvidas quanto à malignidade, as células são tão indiferenciadas que é difícil a distinção entre um tumor linfóide e um tumor indiferenciado. Se linfóide, pode ser difícil determinar se é um tumor localizado, sistêmico ou parte de um processo leucêmico. Também pode ser difícil a distinção entre um linfoma bem-diferenciado e um processo reacional (pseudotumor inflamatório) 152.
A hiperplasia linfóide reativa benigna é uma forma peculiar, rara de pseudotumor, envolvendo a úvea com comprometimento simultâneo, ou não, da conjuntiva e/ou órbita. O diagnóstico diferencial inclui o melanoma amelanótico, o carcinoma metastático, o linfoma de grandes células, a uveíte simpática e a esclerite posterior. É caracterizada pela proliferação de linfócitos maduros e em alguns casos é possível a identificação de focos de células mais pálidas, lembrando folículos germinativos. Quando há envolvimento de conjuntiva ou órbita, a biópsia destes tecidos pode auxiliar o diagnóstico. Em casos selecionados, pode-se proceder à biópsia intra-ocular com agulha fina 153. Nos casos suspeitos, mas não confirmados, pode-se fazer teste terapêutico com corticosteróide ou radioterapia em baixas doses. Em algumas ocasiões, a enucleação diagnóstica pode ser necessária.
Os linfomas não Hodgkin podem, ocasionalmente, infiltrar os tecidos intra-oculares, sendo o linfoma de células grandes, também conhecido como sarcoma de células reticulares ou linfoma histiocítico, o mais comum 154-156. Representa, em geral, doença sistêmica, embora o envolvimento ocular possa ser a primeira manifestação. Ocorre, com maior freqüência, em indivíduos idosos e, em cerca de 80% dos casos são bilaterais. Há dois tipos de linfoma intra-ocular, o vítreo-retiniano e o uveal 152. A forma vítreo-retiniana, mais comum, está, em geral, associada ao linfoma do sistema nervoso central, e é caracterizada por sinais e sintomas de uveíte posterior ou vitreíte. A forma uveal, menos comum vem, em geral, associada ao linfoma visceral ou nodal. Caracteriza-se por lesões múltiplas ou solitárias, bem definidas, branco-amareladas, sem reação vítrea, e que demonstraram ser coleções de linfócitos abaixo do epitélio pigmentar da retina. Quanto ao diagnóstico diferencial, convém lembrar o carcinoma metastático, o melanoma amelanótico, o hemangioma de coróide e a hiperplasia linfóide reativa. Se envolvida a íris, adiciona-se ao diferencial a uveíte anterior, o carcinoma metastático para a íris e o melanoma difuso da íris. O diagnóstico de linfoma deve ser lembrado nas uveítes de causa desconhecida do indivíduo idoso.
Nos casos de intenso envolvimento vítreo, o diagnóstico pode ser feito pelo exame citológico de material obtido por meio de uma aspiração do vítreo 155 ou de uma vitrectomia diagnóstica 157. Em outros casos, a biópsia de coróide pode ser necessária 158. As células são geralmente grandes e atípicas, com citoplasma escasso, núcleo oval ou em forma de rim e com nucléolo proeminente. A abordagem diagnóstica na suspeita de linfoma ocular inclui a TC de crânio e o exame do líquido cefalorraquideano. O tratamento consiste na radioterapia e/ou quimioterapia.
A leucemia mielóide ou linfóide, aguda ou crônica, pode afetar as estruturas intra-oculares. A infiltração leucêmica verdadeira ocorre em cerca de 3% dos pacientes, enquanto que a hemorragia intra-ocular e outras complicações associadas a alterações hematológicas aparecem em 40 a 50% dos casos 159, 160. As células leucêmicas podem infiltrar a retina, trato uveal, nervo óptico e vítreo. O envolvimento da íris freqüentemente aparece como um espessamento difuso e em alguns casos pequenos nódulos podem ser observados na margem pupilar. Células tumorais podem acumular-se na câmara anterior formando o pseudo-hipópio, e a infiltração do trabeculado pode provocar glaucoma secundário. Os achados retinianos incluem exsudatos duros e algodonosos, e hemorragias (manchas de Roth). Infiltrados leucêmicos podem ser vistos como depósitos amarelados na retina, no espaço sub-retiniano e na coróide. Infiltrados verdadeiros devem ser diferenciadas das lesões por agentes oportunísticos viral ou fúngico e dos infiltrados linfomatosos. O diagnóstico baseia-se no exame direto de tecido ou células intra-oculares. A paracentese, a biópsia aspirativa por agulha fina ou a vitrectomia diagnóstica fornecem material para exame citológico 161. Em casos excepcionais, com envolvimento coriorretiniano, a biópsia de coróide pode ser de valor diagnóstico 162. O tratamento do olho envolvido geralmente consiste na radioterapia em baixas doses e na quimioterapia sistêmica. O prognóstico visual depende do tipo
É um tipo de câncer?
São pequenos nódulos linfáticos no intestino, que tendem a segregar muco, algo considerado normal pela gastroenterologista. A mucosa intestinal está bem. Descobri um estudo na internet que diz "não haver necessidade de tratamento, a não ser uma melhor adaptação alimentar". Ou seja, lá continuo com a dieta completamente isenta de leite de vaca. Nada de margarina, manteiga, nem para cozinhar.
bjim..=]