Plasticomania é o execesso d eplástico, eu acho :|
A plasticomania vem tomando conta do planeta desde que o inglês Alexander
Parkes inventou o primeiro plástico, em 1862. O novo material sintético
reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a sanha consumista da
civilização moderna. Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de
plásticos na natureza tornou o consumidor um colaborador passivo de um
desastre ambiental de grandes proporções. Feitos de resinas sintéticas
originadas do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos
para se decompor na natureza.
Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos são feitos de cadeias
moleculares inquebráveis, e é impossível definir com precisão quanto tempo
levam para desaparecer no meio natural.
No caso específico das sacolas de supermercado, por exemplo, a matéria-prima
é o plástico-filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de
baixa densidade (PEBD).
No Brasil são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico-filme, que já
representa 9,7% de todo o lixo do país. Abandonados em vazadouros, esses
sacos plásticos impedem a passagem da água, retardando a decomposição dos
materiais biodegradáveis, e dificultam a compactação dos detritos.
Essa realidade que tanto preocupa os ambientalistas no Brasil, já justificou
mudanças importantes na legislação - e na cultura - de vários países
europeus. Na Alemanha, por exemplo, a plasticomania deu lugar à sacolamania
(cada um levando sua própria sacola). Quem não anda com sua própria sacola a
tiracolo para levar as compras é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso de
sacos plásticos. O preço é salgado: o equivalente a sessenta centavos a
unidade.
A guerra contra os sacos plásticos ganhou força em 1991, quando foi aprovada
uma lei que obriga os produtores e distribuidores de embalagens a aceitar de
volta e a reciclar seus produtos após o uso. E o que fizeram os empresários?
Repassaram imediatamente os custos para o consumidor. Além de antiecológico,
ficou bem mais caro usar sacos plásticos na Alemanha.
Na Irlanda, desde 1997 paga-se um imposto de nove centavos de libra
irlandesa por cada saco plástico. A criação da taxa fez multiplicar o número
de irlandeses indo às compras com suas próprias sacolas de pano, de palha, e
mochilas.
Em toda a Grã-Bretanha a rede de supermercados CO-OP mobilizou a atenção dos
consumidores com uma campanha original e ecológica: todas as lojas da rede
terão seus produtos embalados em sacos plásticos 100% biodegradáveis. Até
dezembro deste ano, pelo menos 2/3 de todos os saquinhos usados na rede
serão feitos de um material que, segundo testes em laboratório, se decompõe
dezoito meses depois de descartado. Com um detalhe interessante: se por
acaso não houver contato com a água, o plástico se dissolve assim mesmo,
porque serve de alimento para microorganismos encontrados na natureza.
Não há desculpas para nós brasileiros não estarmos igualmente preocupados
com a multiplicação indiscriminada de sacos plásticos na natureza. O país
que sediou a Rio-92 (Conferência Mundial da ONU sobre Desenvolvimento e Meio
Ambiente), e que tem uma das legislações ambientais mais avançadas do
planeta, ainda não acordou para o problema do descarte de embalagens em
geral, e dos sacos plásticos em particular. A única iniciativa de
regulamentar o que hoje acontece de forma aleatória e caótica foi rechaçada
pelo Congresso na legislatura passada. O então deputado Emerson Kapaz foi o
relator da comissão criada para elaborar a "Política Nacional de Resíduos
Sólidos". Entre outros objetivos, o projeto apresentava propostas para a
destinação inteligente dos resíduos, a redução do volume de lixo no Brasil,
e definia regras claras para que produtores e comerciantes assumissem novas
responsabilidades em relação aos resíduos que descartam na natureza,
assumindo o ônus pela coleta e processamento de materiais que degradam o
meio ambiente e a qualidade de vida.
O projeto elaborado pela comissão não chegou a ser votado. Não se sabe
quando será. Sabe-se apenas que não está na pauta do Congresso... Omissão
grave dos nossos parlamentares que não pode ser atribuída ao mero
esquecimento.
Há um lobby poderoso no Congresso trabalhando no sentido de esvaziar esse
conjunto de propostas que atinge determinados setores da indústria e do
comércio.
É preciso declarar guerra contra a plasticomania e se rebelar contra a
ausência de uma legislação específica para a gestão dos resíduos sólidos.
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Plasticomania é o execesso d eplástico, eu acho :|
A plasticomania vem tomando conta do planeta desde que o inglês Alexander
Parkes inventou o primeiro plástico, em 1862. O novo material sintético
reduziu os custos dos comerciantes e incrementou a sanha consumista da
civilização moderna. Mas os estragos causados pelo derrame indiscriminado de
plásticos na natureza tornou o consumidor um colaborador passivo de um
desastre ambiental de grandes proporções. Feitos de resinas sintéticas
originadas do petróleo, esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos
para se decompor na natureza.
Usando a linguagem dos cientistas, esses saquinhos são feitos de cadeias
moleculares inquebráveis, e é impossível definir com precisão quanto tempo
levam para desaparecer no meio natural.
No caso específico das sacolas de supermercado, por exemplo, a matéria-prima
é o plástico-filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de
baixa densidade (PEBD).
No Brasil são produzidas 210 mil toneladas anuais de plástico-filme, que já
representa 9,7% de todo o lixo do país. Abandonados em vazadouros, esses
sacos plásticos impedem a passagem da água, retardando a decomposição dos
materiais biodegradáveis, e dificultam a compactação dos detritos.
Essa realidade que tanto preocupa os ambientalistas no Brasil, já justificou
mudanças importantes na legislação - e na cultura - de vários países
europeus. Na Alemanha, por exemplo, a plasticomania deu lugar à sacolamania
(cada um levando sua própria sacola). Quem não anda com sua própria sacola a
tiracolo para levar as compras é obrigado a pagar uma taxa extra pelo uso de
sacos plásticos. O preço é salgado: o equivalente a sessenta centavos a
unidade.
A guerra contra os sacos plásticos ganhou força em 1991, quando foi aprovada
uma lei que obriga os produtores e distribuidores de embalagens a aceitar de
volta e a reciclar seus produtos após o uso. E o que fizeram os empresários?
Repassaram imediatamente os custos para o consumidor. Além de antiecológico,
ficou bem mais caro usar sacos plásticos na Alemanha.
Na Irlanda, desde 1997 paga-se um imposto de nove centavos de libra
irlandesa por cada saco plástico. A criação da taxa fez multiplicar o número
de irlandeses indo às compras com suas próprias sacolas de pano, de palha, e
mochilas.
Em toda a Grã-Bretanha a rede de supermercados CO-OP mobilizou a atenção dos
consumidores com uma campanha original e ecológica: todas as lojas da rede
terão seus produtos embalados em sacos plásticos 100% biodegradáveis. Até
dezembro deste ano, pelo menos 2/3 de todos os saquinhos usados na rede
serão feitos de um material que, segundo testes em laboratório, se decompõe
dezoito meses depois de descartado. Com um detalhe interessante: se por
acaso não houver contato com a água, o plástico se dissolve assim mesmo,
porque serve de alimento para microorganismos encontrados na natureza.
Não há desculpas para nós brasileiros não estarmos igualmente preocupados
com a multiplicação indiscriminada de sacos plásticos na natureza. O país
que sediou a Rio-92 (Conferência Mundial da ONU sobre Desenvolvimento e Meio
Ambiente), e que tem uma das legislações ambientais mais avançadas do
planeta, ainda não acordou para o problema do descarte de embalagens em
geral, e dos sacos plásticos em particular. A única iniciativa de
regulamentar o que hoje acontece de forma aleatória e caótica foi rechaçada
pelo Congresso na legislatura passada. O então deputado Emerson Kapaz foi o
relator da comissão criada para elaborar a "Política Nacional de Resíduos
Sólidos". Entre outros objetivos, o projeto apresentava propostas para a
destinação inteligente dos resíduos, a redução do volume de lixo no Brasil,
e definia regras claras para que produtores e comerciantes assumissem novas
responsabilidades em relação aos resíduos que descartam na natureza,
assumindo o ônus pela coleta e processamento de materiais que degradam o
meio ambiente e a qualidade de vida.
O projeto elaborado pela comissão não chegou a ser votado. Não se sabe
quando será. Sabe-se apenas que não está na pauta do Congresso... Omissão
grave dos nossos parlamentares que não pode ser atribuída ao mero
esquecimento.
Há um lobby poderoso no Congresso trabalhando no sentido de esvaziar esse
conjunto de propostas que atinge determinados setores da indústria e do
comércio.
É preciso declarar guerra contra a plasticomania e se rebelar contra a
ausência de uma legislação específica para a gestão dos resíduos sólidos.