Um afresco de Hércules no palácio Morosini é tido como um dos seus primeiros trabalhos, assim como A Virgem e a Criança no Belvedere Viena, e A Visitação de Maria e Isabel, do convento de Santo André, hoje na Academia de Veneza.
Tiziano formou uma parceria com Giorgione, e é difícil distinguir seus trabalhos iniciais. O primeiro só de Ticiano, reconhecidamente, é um pequeno Ecce Homo da escola de São Roque. Os dois jovens mestres foram logo reconhecidos como líderes de sua nova escola moderna, que tornou suas pinturas mais flexiveis, livres da simetria e das convenções hierárquicas que ainda estavam presentes nas obras de Bellini.
Em 1507, Giorgione foi escolhido para executar os afrescos na reerguida Fondaco de Tedeschi (de uma corporação de comerciantes alemães), onde Tiziano e Feltre trabalharam, restando alguns fragmentos reconhecidos como seus pelas gravuras de Fontana.
O talento de Tiziano apareceu nos afrescos que ele pintou em 1511 para a igreja das Carmelitas em Pádua, alguns preservados como Encontro no Portão Dourado e três cenas da vida de Santo Antônio na escola do santo. Em 1513 retornou a Veneza e após 1516 obteve uma patente na Fondaco de Tedeschi, espécie de cargo público, tornando-se superintendente de serviços do governo, com uma renda razoável, especialmente para terminar trabalhos de Bellini, que morrera, no hall do Palácio Ducal. Ele se instalou num ateliê no Canal Grande e trabalhou para cinco Doges sucessivos.
Tiziano Vecellio nasceu em Pieve di Cadore por volta de 1490. Aos nove anos de idade foi enviado a Veneza para viver com um tio e tornou-se aprendiz de Sebastiano Zuccato, mestre de mosaico. Pouco depois ingressou no ateliê de Gentile Bellini. Seus maiores mestres, no entanto, foram Giovanni Bellini, irmão de Gentile, e Giorgione Castelfranco, renovador da pintura veneziana. Em 1508 colaborou com Giorgione na decoração do Fondaco dei Tedeschi, trabalho preservado em forma fragmentária. Após a morte prematura de Giorgione em 1510, Ticiano encarregou-se de terminar vários dos quadros do mestre, como a "Vênus adormecida" e o "Concerto campestre", o que gerou polêmicas posteriores sobre a autoria principal dessas obras. Depois passou a trabalhar sozinho e provocou escândalo ao pintar nus em cenas bÃblicas e em paisagens venezianas conhecidas.
Em 1530, Ticiano assistiu à coroação, em Bolonha, do imperador Carlos V, que se converteu em seu principal patrono. O rei nomeou-o pintor da corte três anos depois e lhe concedeu um tÃtulo de nobreza, fato inusitado que revela o prestÃgio conquistado pelo artista.
Em 1551 Ticiano fixou-se em Veneza. O cromatismo exuberante das cenas mitológicas que pintou entre 1554 e 1562 para Filipe II da Espanha -- "Danae recebendo a chuva de ouro", "O rapto de Europa" -- prenunciou o estilo revolucionário de seus últimos anos, em que se desligou gradualmente das linhas para compor as formas mediante espessas pinceladas, que ele freqüentemente retocava com os dedos.
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Um afresco de Hércules no palácio Morosini é tido como um dos seus primeiros trabalhos, assim como A Virgem e a Criança no Belvedere Viena, e A Visitação de Maria e Isabel, do convento de Santo André, hoje na Academia de Veneza.
Tiziano formou uma parceria com Giorgione, e é difícil distinguir seus trabalhos iniciais. O primeiro só de Ticiano, reconhecidamente, é um pequeno Ecce Homo da escola de São Roque. Os dois jovens mestres foram logo reconhecidos como líderes de sua nova escola moderna, que tornou suas pinturas mais flexiveis, livres da simetria e das convenções hierárquicas que ainda estavam presentes nas obras de Bellini.
Em 1507, Giorgione foi escolhido para executar os afrescos na reerguida Fondaco de Tedeschi (de uma corporação de comerciantes alemães), onde Tiziano e Feltre trabalharam, restando alguns fragmentos reconhecidos como seus pelas gravuras de Fontana.
O talento de Tiziano apareceu nos afrescos que ele pintou em 1511 para a igreja das Carmelitas em Pádua, alguns preservados como Encontro no Portão Dourado e três cenas da vida de Santo Antônio na escola do santo. Em 1513 retornou a Veneza e após 1516 obteve uma patente na Fondaco de Tedeschi, espécie de cargo público, tornando-se superintendente de serviços do governo, com uma renda razoável, especialmente para terminar trabalhos de Bellini, que morrera, no hall do Palácio Ducal. Ele se instalou num ateliê no Canal Grande e trabalhou para cinco Doges sucessivos.
Aquela que botou você no mundo.
Tiziano Vecellio nasceu em Pieve di Cadore por volta de 1490. Aos nove anos de idade foi enviado a Veneza para viver com um tio e tornou-se aprendiz de Sebastiano Zuccato, mestre de mosaico. Pouco depois ingressou no ateliê de Gentile Bellini. Seus maiores mestres, no entanto, foram Giovanni Bellini, irmão de Gentile, e Giorgione Castelfranco, renovador da pintura veneziana. Em 1508 colaborou com Giorgione na decoração do Fondaco dei Tedeschi, trabalho preservado em forma fragmentária. Após a morte prematura de Giorgione em 1510, Ticiano encarregou-se de terminar vários dos quadros do mestre, como a "Vênus adormecida" e o "Concerto campestre", o que gerou polêmicas posteriores sobre a autoria principal dessas obras. Depois passou a trabalhar sozinho e provocou escândalo ao pintar nus em cenas bÃblicas e em paisagens venezianas conhecidas.
Os trabalhos de Ticiano nessa fase, entre eles os afrescos da Scuola del Santo em Pádua, a "Fuga para o Egito" e a alegoria "Amor sacro e amor profano", ainda revelam a influência do estilo paisagÃstico e idealista, assim como a preocupação com a luz, caracterÃsticas do estilo de Giorgione, mas também possuem vitalidade naturalista original. Ticiano consagrou-se em plena maturidade com a monumental tela "Assunção da Virgem". Durante os anos seguintes deu mostras de seu gênio versátil ao alternar a criação de cenas mitológicas de marcante sensualidade e luminosidade quente -- "*******", "Baco e Ariana" -- com quadros religiosos caracterizados pela intensa dramaticidade, firme modelagem das figuras e tendência aos contrastes de luz e sombras, como a "Madona Pesaro" e "Descida ao túmulo". Nessa época, Ticiano passou a dedicar-se ao retrato, gênero em que alcançou profundidade psicológica ao procurar transmitir a personalidade de seus retratados pela escolha da atitude e intensidade do olhar, além da valorização das mãos.
Em 1530, Ticiano assistiu à coroação, em Bolonha, do imperador Carlos V, que se converteu em seu principal patrono. O rei nomeou-o pintor da corte três anos depois e lhe concedeu um tÃtulo de nobreza, fato inusitado que revela o prestÃgio conquistado pelo artista.
Nas décadas seguintes, o trabalho de Ticiano como retratista levou-o a várias cidades italianas e à sede imperial de Augsburgo. Uma série de obras excepcionais contribuiu para estabelecer um arquétipo de retrato oficial, como em "O duque de Urbino" e a monumental composição equestre "Retrato de Carlos V depois da batalha de Mühlberg".
A singular capacidade do autor para revelar a personalidade de seus modelos mostrou-se especialmente em "Retrato do papa Paulo III com seus sobrinhos" e "Filipe II". Caminhos diferentes seguiram suas telas religiosas e mitológicas: o apogeu naturalista da "Vênus de Urbino" cedeu lugar a uma violência formal, fruto de passageira atração pela estética maneirista.
Em 1551 Ticiano fixou-se em Veneza. O cromatismo exuberante das cenas mitológicas que pintou entre 1554 e 1562 para Filipe II da Espanha -- "Danae recebendo a chuva de ouro", "O rapto de Europa" -- prenunciou o estilo revolucionário de seus últimos anos, em que se desligou gradualmente das linhas para compor as formas mediante espessas pinceladas, que ele freqüentemente retocava com os dedos.
Exemplos significativos dessa técnica quase impressionista foram a nova versão de "Descida ao túmulo", a "Coroação de espinhos" e a "Pietà ", obra concluÃda por Palma o Jovem. Ticiano morreu em Veneza, em 27 de agosto de 1576.
As primeiras obras realizadas por Ticiano para Guidobaldo II della Rovere, o 5º duque de Urbino (1514-1574) foram de temática religiosa, como a Adoração dos pastores ou Madalena penitente quadros que, por se destinarem à devoção, eram de pequeno formato, permitindo mantê-los em mãos e não nas paredes. Nesta obra, Madalena aparece em primeiro plano, cobrindo sua nudez com a larga cabeleira e com suas mãos, apesar de deixar os seios a descoberto. Os olhos se voltam para o céu, em sinal de devoção. Ao seu lado encontra-se o jarro de azeites com que ela ungiu os pés de Cristo. Um fundo obscuro com a luz crepuscular completa o ambiente, formando contraste ao corpo iluminado. A sensualidade das formas e a beleza do rosto se convertem em um sÃmbolo de seu passado libertino. Os olhos lacrimosos se convertem em um elemento fundamental da composição, identificando-se com a piedade e a devoção de quem encomendou o quadro.