Qual é a causa de teratoma no ovário? Engordei 40 quilos e tenho muita espinha com 30 anos, será porque tenho teratoma no ovário? Confesso q não entendo este tumor? Por que surge? Tenho q tirar o ovário? Posso ter filhos?
Atualizada:O MEU ESTÁ ENORME! O MEU GINECOLOGISTA DISSE Q IRÁ TIRAR O MEU OVÁRIO....
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sem filhos
sem morte
Tive também em 2009, fiz a laparotomia que por sinal é muito mais difÃcil do que a videolaparoscopia. Estou bem, sem quaisquer vestÃgios, fiz a contagem de hormônios, estava tudo normal.
Já conversei com diversos médicos mas nenhum trouxe uma resposta definitiva sobre a causa desse tumor.
Mas nada de alarde, fique tranquila! Na época consultei 4 especialistas antes de submeter-me a cirurgia. Mas transcorreu tudo bem!
Oi Priscila, tudo bem? =)
Primeiro, fique calma e vamos por partes e de uma forma simples!
Teratoma é uma estrtura formada por restos fetais e embrionários. Creio que ocorre devido à multiplicação desordenada de algumas células.
Os cistos geralmente são acompanhados de desordem hormonal (não sei te dizer se é a causa), ou seja, você pode ter uma alta carga de testosterona, o que te leva a ter espinhas (isso aconteceu comigo).
Bom, como tive cisto ovariano uma vez, também fiquei com medo de não poder ter mais filhos. Mas pensei, "tenho 2 ovários, logo se eu perder somente um, poderei engravidar, porém será um pouquinho mais difÃcil". E é verdade, se caso você tiver que extrair o ovário, você ainda terá o outro que continuará produzindo óvulos e hormônios. Se seu médico disse que você tem que extrair, faça sem medo, pois quanto mais cedo você se submeter à isso, você preservará seus outros órgãos (útero, as tubas uterinas e o outro ovário). Mas se não estiver segura com este médico, procure outro o mais cedo possÃvel! Faça todos os exames, não esqueça de mencionar seu problema com a acne, pois assim ele dosará seus hormônios (não sei se já foi feito isso) e se for o caso, você fará o uso de anticoncepcionais para corrigir esta desordem hormonal e ficará com a pele linda =)
Se cuida e não tenha medo, tenha fé!
minha querida, achei isto pra vc:
Cisto dermóide (ou teratoma) - é um tipo muito particular de cisto e um dos tumores benignos mais freqüentes. Ele surge a partir do desenvolvimento de células que restaram da fase embrionária da menina e que subitamente começam a se multiplicar. à como se elas acordassem de um longo perÃodo de hibernação, o que ocorre em torno da 2a – 4a década de vida. Ainda não se descobriu por quê, nem como isso acontece. Sabe-se, entretanto, que ele abriga vários tipos de estruturas como pêlos, tecido gorduroso, dente, pedaços de ossos e cartilagem. Como geralmente cresce na intimidade do ovário há, obrigatoriamente, uma distensão do mesmo. Ora, se isso não for bloqueado, o ovário acaba virando a própria “cobertura” do cisto, o que faz com que ele, enquanto órgão, praticamente desapareça! Além disso, o teratoma freqüentemente é bilateral e sua malignização ocorre em mais de 10% dos casos.
O teratoma, o endometrioma e os cistoadenomas só podem ser tratados cirurgicamente e, sempre que possÃvel, a via de acesso preferida é a endoscópica (videolaparoscopia). Quando diagnosticados precocemente, estes cistos não chegam a crescer a ponto de comprometer totalmente o ovário que, por ser um órgão de extrema importância, pode E DEVE ser conservado. Desta forma, será feita exclusivamente a retirada do cisto, preservando-se o tecido ovariano normal.
eu acho q vc deve procurar quanto antes o ginecologista pra exames e para acompanhar a evolução do seu caso.
beijos e boa sorte!
Revista Brasileira de Cancerologia 2007
Teratoma imaturo de ovário na gestação: relato de caso e revisão
da literatura
Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
2Serviço de Ginecologia e ObstetrÃcia do Hospital de ClÃnicas de Porto Alegre (UFRGS)
3Departamento de Ginecologia e ObstetrÃcia da Faculdade de Medicina da UFRGS
Endereço para corrrespondência: Fábio Muradás Girardi. Avenida Independência, 354 ap. 1602. Bairro Independência - Porto Alegre, RS - CEP 90035-
040. E-mail: [email protected]
Daniel Frederico Camargo¹, Evandro José Siqueira¹, Fábio Muradás Girardi¹, Heleusa I. Monego2, José Antônio de A. Magalhães3, Ricardo Reis2,
Sócrates Salvador¹, Volnei Correa Tavares¹, Waldemar Rivoire3
Resumo
O teratoma imaturo de ovário é uma neoplasia maligna derivada de células embrionárias de diferenciação somática.
Sua incidência é baixa, e rara em gestantes. Costuma se manifestar em pacientes jovens, sendo, frequentemente,
assintomáticos. Relata-se aqui o caso de uma paciente de 21 anos que veio à consulta apresentando ecografia
obstétrica de 25 semanas, com presença de massa anexial à esquerda. Uma nova ecografia, realizada dois dias após
a primeira avaliação, revelou massa de aspecto heterogêneo, sólido-cÃstico, septada, com 9,4cm em seu maior
diâmetro. Havia presença de lÃquido livre na cavidade abdominal, ocupada por formações teciduais de distribuição
ampla. Duas semanas após a primeira consulta, foi submetida à laparotomia exploradora com salpingo-ooforectomia
unilateral e ressecção de implantes peritoneais, obtendo citorredução ótima. O laudo histopatológico revelou
teratoma imaturo de ovário grau III, com lÃquido de ascite negativo para células malignas. Realizados 3 ciclos de
quimioterapia adjuvante, segundo protocolo BEP (bleomicina, etoposide e cisplatina), os dois primeiros com a
gestação em curso. Com 36 semanas de gestação, iniciou-se a indução de trabalho de parto, com boa evolução. O
recém-nascido apresentou um Ãndice de Apgar de 8/8, sem sinais de danos secundários à quimioterapia. No
momento, a paciente encontra-se assintomática e livre de doença no décimo quarto mês pós-operatório. Acreditase
que esse trabalho possa acrescentar ao conhecimento atual da doença, visto a raridade do caso e a escassa
quantidade de literatura disponÃvel.
Palavras-chave: Teratoma imaturo de ovário; Gestação; Prognóstico fetal; Prognóstico materno; BEP
Relato de Caso
Teratoma imaturo de ovário na gestação
Artigo submetido em 17/5/06; aceito para publicação em 19/7/06
212
Camargo DF et al.
INTRODUÃÃO
Este estudo se constitui em um relato de caso. Como
objetivos adicionais, visou-se a uma breve revisão da
literatura quanto à avaliação diagnóstica, terapêutica e
prognóstico materno-fetal das gestações associadas a
teratomas imaturos.
Os teratomas imaturos (TI) são neoplasias malignas
derivadas de células predispostas à diferenciação
somática de todos os folhetos embrionários: ecto, endo
e mesoderma1. São raros, embora ocupem o primeiro
lugar em freqüência entre os tumores germinativos
malignos não-disgerminomas. Podem se apresentar
como massa dolorosa palpável ao exame fÃsico, podendo
provocar sintomas urinários por compressão tumoral.
Em menos de 10% dos casos, são causa de abdome
agudo, resultado de ruptura ou torção do anexo,
secundário ao crescimento do tumor. Na gestação,
costumam se manifestar pelo surgimento de uma massa
anexial, um achado ocasional à ultra-sonografia obstétrica
de rotina, visto que, na maioria das pacientes, a doença
cursa de forma assintomática2. A incidência de massas
anexiais na gestação varia de 1:81 a 1:8.000 gestações3.
A maioria dos casos corresponde a neoplasias benignas.
Os tumores malignos de ovário são raros durante a
gestação, ocorrendo com incidência de 1:10.000 a
1:100.0004,5. No que se refere aos teratomas imaturos,
são extremamente incomuns, existindo, apenas, alguns
casos relatados na literatura6.
RELATO DE CASO
Paciente gestante, nulÃpara, 21 anos, foi encaminhada
a um hospital de referência com ultra-sonografia
evidenciando útero gravÃdico de 25 semanas e massa
anexial. Apresentava-se clinicamente estável, sem
intercorrências durante o pré-natal. Internou, a seguir,
para investigação diagnóstica. Foi realizada nova
ecografia dois dias após a primeira avaliação (figura 1),
visualizando-se, em topografia de anexo esquerdo, lesão
heterogênea, expansiva, predominantemente cÃstica, com
limites imprecisos e septações de aparente aspecto
vegetante, medindo 9,4cmx7,3cm em seus maiores
diâmetros, de provável etiologia ovariana. A cavidade
abdominal estava ocupada por formações teciduais
homogêneas, com áreas sólidas e cÃsticas, em topografia
de hipocôndrio direito, superfÃcies hepática e renal, e
pelve esquerda. Havia presença de lÃquido livre na
cavidade. A dopplervelocimetria (figura 2) evidenciou
massa com septos e projeções papilares, vascularização
Revista Brasileira de Cancerologia 2007; 53(2): 211-215
abundante e Ãndice de resistência (IR)=0,4.
Foram solicitados marcadores tumorais: Ã-HCG de 36.000
mUI/ml (normal entre 10.000 e 30.000) e -fetoproteina
(AFP) de 342ng (normal entre 44,0U/L e 153,0U/L com
25 semanas de gestação).
Duas semanas após a internação (IG de 27 semanas),
a paciente foi submetida à laparotomia exploradora,
anexectomia à esquerda, e ressecção de implantes
peritoneais, obtendo-se citorredução ótima. O exame
citopatológico do lÃquido de ascite foi negativo para
células malignas. à análise histológica, foram descritos
múltiplos implantes peritoneais, >2cm, compatÃveis com
teratoma imaturo (TI). No ovário esquerdo evidenciouse
TI de grau III, com áreas de necrose; igualmente, o
direito, apresentava implantes de tecido nervoso com
graus variados de imaturidade.
Figura 1. Ecografia realizada dois dias após a primeira avaliação,
evidenciando parede tumoral com intensa vascularização e, junto
à parede uterina, lÃquido livre no abdome materno.
Figura 2. Massa tumoral com baixo Ãndice de resistência (0,4),
evidenciada ao Doppler.
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Teratoma imaturo de ovário na gestação
Revista Brasileira de Cancerologia 2007; 53(2): 211-215
A paciente teve boa evolução pós-operatória. Duas
semanas após a cirurgia, foi iniciado protocolo
quimioterápico BEP (bleomicina, etoposide e cisplatina),
dois ciclos com intervalo de 23 dias. Evoluiu bem, não
apresentando para-efeitos significativos relacionados Ã
quimioterapia. Feto apresentando crescimento adequado
para a IG e cardiotocografias seriadas reativas. Quatro
semanas após o segundo ciclo de quimioterapia, foi
realizada amniocentese para a determinação de maturidade
pulmonar, com resultado intermediário. Optou-se, nesse
momento, pela interrupção da gestação através da indução
do trabalho de parto. O feto nasceu de parto vaginal,
eutócico, 36 semanas de IG, sexo masculino, 2305 gramas,
adequado para a idade gestacional, com Ãndice de Apgar
de 8/8. Uma semana após o parto, a paciente realizou o
terceiro ciclo de quimioterapia.
Encontra-se em acompanhamento ambulatorial, com
boa resposta clÃnica, negativação dos marcadores
tumorais e sem evidências de progressão da doença,
após 14 meses de pós-operatório.
DISCUSSÃO
Os teratomas são tumores compostos por tecidos
derivados das três camadas germinativas. Os teratomas
imaturos possuem comportamento maligno e
representam menos de 1% dos teratomas de ovário.
Afetam principalmente pré-puberes e mulheres jovens.
A idade média ao diagnóstico é de 18 anos7,8.
Contudo, isso não se constitui em fator de risco para
progressão e recaÃda9.
São histologicamente distintos pela presença de
neuroepitélio imaturo, algumas vezes com elementos
gliais mitoticamente ativos. A quantidade de
neuroepitélio imaturo define a gradação histológica,
correlacionando-se com a sobrevida10.
Os teratomas imaturos de ovário costumam passar
grande parte do seu desenvolvimento sem apresentar
sintomas2 que, quando presentes, são inespecÃficos. O
crescimento do útero gravÃdico durante a gestação
dificulta a suspeita diagnóstica, mascarando os sintomas
e deslocando os ovários para fora da pelve, dificultando
a palpação dos anexos ao exame fÃsico11. Isso torna o
exame ultra-sonográfico a peça fundamental no
diagnóstico de massas anexiais durante a gestação12,13.
A aparência ultra-sonográfica dos teratomas
imaturos de ovário não é inequÃvoca, embora a
ma ior i a dos tumor e s s e j a he t e rogêneo,
parcialmente sólido, geralmente com calcificações
difusas. Na manifestação inicial, os teratomas
imaturos de ovário são unilaterais em cerca de 90%
das ocorrências, podendo estar associados com
teratoma maduro cÃstico de ovário ipsilateral, em
26% dos casos. São tipicamente grandes (14cm-
25cm), maiores que a média dos maduros (7cm);
podem ser sólidos ou ter um componente sólido
proeminente com elementos cÃsticos. As áreas
cÃsticas são geralmente preenchidas por material
fluido mucinoso ou sebáceo. Freqüentemente
demons t r am pe r fur a ç ão de c ápsul a 14 e
envolvimento das supe r f Ãci e s pe r i toneai s 9. A
presença de lÃquido de ascite é infreqüente14.
Zenetta et al. evidenciaram, em seu estudo15, que a
análise do Ãndice de resistência à Doppler-ultrasonografia,
utilizando um ponto de corte de 0,56, tem
85% de sensibilidade, 91% de especificidade e acurácia
de 89% na diferenciação entre massas anexiais malignas
e benignas. Pode-se ainda utilizar o Ãndice de pulsatilidade
com o mesmo intuito, alcançando sensibilidade e
especificidades semelhantes. A acurácia de ambos os
Ãndices é superior à quela obtida ao se usar a ecografia
convencional e o CA 125 como marcador tumoral.
A dosagem sérica de AFP é útil no diagnóstico e
seguimento do paciente, porém não prediz a resposta
terapêutica7. Pode ser um importante indicador de
imaturidade de um teratoma, estando em nÃveis elevados
em cerca de 65% dos casos. Já os nÃveis de -HCG
flutuam durante a gestação, geralmente, sem significar
presença tumoral16.
A cirurgia representa a primeira opção terapêutica
para as pacientes com teratomas imaturos5. A letalidade
da doença, geralmente, ultrapassa os riscos que o
procedimento impõe ao binômio materno-fetal. A
incidência de abortamento espontâneo seguindo a
cirurgia de excisão tumoral varia de 8,3% a 24,6%12.
Na maioria das pacientes, a fertilidade pode ser
preservada, retirando-se apenas o anexo comprometido
e os implantes metastáticos, provendo análise adequada
do tumor, reduzindo a quantidade de tecido que requer
adjuvância e melhorando o desfecho clÃnico12,16.
A quimioterapia elevou as taxas de sobrevida das
pacientes com tumores germinativos malignos de ovário,
os quais hoje são, na sua maioria, curáveis7. Ã
amplamente aceito que o esquema com cisplatina/
carboplatina, etoposide e bleomicina deve ser oferecido
como terapia adjuvante às pacientes com tumores
germinativos malignos de ovário não-disgerminoma, em
substituição ao antigo esquema VBP (vinblastina,
bleomicina, cisplatina)9. Por eliminar a vinblastina e
baixar a dose cumulativa total de bleomicina, associados
214
à fibrose pulmonar e pneumonite intersticial, o
tratamento com BEP tem a vantagem teórica de diminuir
a toxicidade global. A efetividade do tratamento
adjuvante permitiu a cirurgia conservadora e enfatizou
ciclos curtos de quimioterapia, evitando exposição
prolongada a agentes alquilantes, que caracterizavam,
anteriormente, os tratamentos e levavam à substancial
toxicidade ovariana com impacto na fertilidade1.
Os riscos potenciais da terapia antineoplásica devem
ser sempre pesados contra a letalidade da doença
materna. Os agentes antineoplásicos podem ser
mutagênicos ou teratogênicos e representar causa de
abortamento espontâneo, crescimento intra-uterino
restrito, parto prematuro ou morte fetal quando
administrados no primeiro trimestre de gestação12. Seus
efeitos a longo prazo são pouco conhecidos, embora
alguns trabalhos tenham demonstrado potencial
carcinogênico e aumento das taxas de esterilidade e
retardo do desenvolvimento fÃsico e mental em pacientes
expostas à quimioterapia intra-útero12. Por outro lado,
diversos estudos têm documentado o uso de agentes
quimioterápicos no segundo e no terceiro trimestre de
gestação de recém-nascidos saudáveis12, o que se soma
ao risco indiscutÃvel de morte materna por progressão
tumoral nos casos não tratados com terapia adjuvante,
em especial nos tumores de grau mais avançado4.
De maneira geral, os desfechos gestacionais parecem
ser favoráveis após terapia com BEP no segundo
trimestre de gestação, justificando-se iniciar a
quimioterapia e postergar o parto até que a maturidade
pulmonar fetal seja atingida5.
Desde os relatos de Norris17, em 1976, foi mostrado
que o estadiamento clÃnico e a gradação histológica
tumoral se correlacionam com a sobrevida em teratomas
imaturos de ovário. Em sua série, a sobrevida em 5
anos alcançava 81% em tumores de grau 1, 60% em
grau 2 e 30% em tumores de grau 3. A quimioterapia
com múltiplos agentes melhorou dramaticamente o
prognóstico das pacientes com tumores de células
germinativas7, chegando a 93% de sobrevida global em
5 anos, e em 10 anos nos dias de hoje1.
O caso relatado apresenta achados que vêm ao
encontro com os dados descritos na literatura
precedente. Uma paciente jovem, com diagnóstico
casual, AFP elevada, Ãndice de resistência baixo Ã
Doppler-ultra-sonografia, boa resposta ao protocolo
quimioterápico vigente e sem danos ao binômio
materno-fetal. Nessa perspectiva, acredita-se que este
trabalho contribui com o conhecimento atual sobre TI
de ovário.