Nasceu em São Paulo, em 1952. Graduado em artes plásticas, mestrado em artes plásticas, atua como diretor de criação e de espetáculos multimídia. Também faz performances multimídia. Na década de 70, trabalhou como cenógrafo, tendo recebido em 1984 os prêmios APCA e Mambembe pelo conjunto de obra. Nos anos 80, iniciou suas videoperformances com videocriaturas, apresentadas em festivais de vídeo no país e no exterior. Recebeu, em 1988, o Prêmio Lei Sarney de Arte Multimídia. No início dos anos 90, com o diretor Ricardo Karman, criou as Expedições Experimentais Multimídia (Viagem ao Centro da Terra, 1992, e A Grande Viagem de Merlin, 1994), gigantescos espetáculos interativos que envolviam teatro, turismo e artes plásticas.
IMPORTÂNCIA DE SUA OBRA
Otavio Donasci, profissionalmente cenógrafo de teatro e produtor de eventos especiais, celebrizou-se no terreno da arte/tecnologia pelo seu projeto do videoteatro, primeiramente por meio de suas videocriaturas e posteriormente com de suas performances multimídia.
A idéia básica da videocriatura era criar um híbrido, uma espécie de cyborg, metade gente e metade máquina, com um monitor de TV colocado, por meio de armações de plástico tubular (tubo pvc) moldado a quente, em cima de um ator escondido sob mantos pretos. Cada tela de monitor, ligada por cabos a um gravador de vídeo, nos mostrava a imagem de um rosto recitando monólogos ou dialogando ao vivo com o público ou com outras videocriaturas. A proposta de Donasci é simples e precisa. Trata-se de ampliar os recursos expressivos do ator com a incorporação da linguagem dos meios audiovisuais. Quando o personagem morre, por exemplo, seu rosto vai aos poucos saindo de foco; quando ele está esbravejando contra o público, sua boca vai entrando num big close-up, através de uma zoom-in, até ocupar todo o rosto-tela. Ao mesmo tempo, o vídeo ganha a dimensão cênica do teatro, libera-se da fatalidade bidimensional e pode relacionar-se fisicamente com a platéia. Em síntese, o videoteatro faz uma espécie de "costura" eletrônica de vários recursos simbólicos, criando uma linguagem híbrida, que une as formas mais antigas de expressão da humanidade e as mais recentes.
Vários protótipos de videocriaturas foram experimentados. O mais antigo, que corresponde à descrição feita acima, é também o mais conhecido. Existem variantes, entretanto. O videofantoche, que utiliza um monitor de apenas cinco polegadas, imita perfeitamente um bonequinho de teatro infantil que se manipula com os dedos, com a diferença que eleva as possibilidades fisionômicas do fantoche ao infinito. Uma videocriatura enorme, que utiliza um monitor de 24 polegadas em cima de dois atores, foi mostrada em 1984 no Videobrasil. Nesse mesmo festival, Donasci mostrou também a mais importante inovação de seu projeto: a tomada e emissão simultâneas do rosto da criatura, condição fundamental para permitir a improvisação e o diálogo direto com a platéia.
As últimas invenções de Donasci são as chamadas performances multimídia, que possibilitam ao videoteatro avançar ainda mais um passo. A idéia dessas performances é simples, mas o efeito final é poderoso. Por exemplo: na performance apresentada por ocasião da 20ª Bienal Internacional de São Paulo, vê-se um ator contracenando ao vivo com a imagem de uma mulher projetada num telão. Como esse telão foi confeccionado num tecido bastante elástico, a atriz que forneceu a imagem projetada pôde, ela própria, colocar-se atrás da tela e modelá-la com seu corpo, sem ser vista pelo público. A impressão que tem o público é que a imagem da mulher, projetada no telão, torna-se viva e tridimensional, permitindo ao ator "real" abraçá-la e até mesmo fazer amor com ela no palco. O mesmo processo foi utilizado também por Donasci, mas com ainda maior radicalidade, na encenação da peça de Marcelo Paiva 525 Linhas, em 1989.
A cada nova experiência, Donasci destila o seu processo e avança na direção da síntese do teatro com as novas tecnologias. No Videobrasil de 1992, ele dá mais um passo nesse sentido: "Os rostos agora tridimensionais flutuam como velas no espaço soprados por ventiladores montados junto com projetores em torres que se movimentam em cena, sobrevoando as cabeças dos espectadores, chocando-se com a platéia, simulando que os engolem." (Otavio Donasci).
Cronologia
EVENTOS SELECIONADOS
1984 - São Paulo SP - 2º Festival Fotoptica MIS Vídeo Brasil, no MIS
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1992 - São Paulo SP - 9º Festival Internacional Videobrasil, no Sesc Pompéia
1994 - São Paulo SP - Arte Cidade: a cidade e seus fluxos
EVENTOS ITAÚ CULTURAL
1997 - São Paulo SP - Arte e Tecnologia. Mediações, no Itaú Cultural
PRÊMIOS
1984 - São Paulo SP - Prêmios APCA e Mambembe pelo conjunto de obra
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Biografia
Nasceu em São Paulo, em 1952. Graduado em artes plásticas, mestrado em artes plásticas, atua como diretor de criação e de espetáculos multimídia. Também faz performances multimídia. Na década de 70, trabalhou como cenógrafo, tendo recebido em 1984 os prêmios APCA e Mambembe pelo conjunto de obra. Nos anos 80, iniciou suas videoperformances com videocriaturas, apresentadas em festivais de vídeo no país e no exterior. Recebeu, em 1988, o Prêmio Lei Sarney de Arte Multimídia. No início dos anos 90, com o diretor Ricardo Karman, criou as Expedições Experimentais Multimídia (Viagem ao Centro da Terra, 1992, e A Grande Viagem de Merlin, 1994), gigantescos espetáculos interativos que envolviam teatro, turismo e artes plásticas.
IMPORTÂNCIA DE SUA OBRA
Otavio Donasci, profissionalmente cenógrafo de teatro e produtor de eventos especiais, celebrizou-se no terreno da arte/tecnologia pelo seu projeto do videoteatro, primeiramente por meio de suas videocriaturas e posteriormente com de suas performances multimídia.
A idéia básica da videocriatura era criar um híbrido, uma espécie de cyborg, metade gente e metade máquina, com um monitor de TV colocado, por meio de armações de plástico tubular (tubo pvc) moldado a quente, em cima de um ator escondido sob mantos pretos. Cada tela de monitor, ligada por cabos a um gravador de vídeo, nos mostrava a imagem de um rosto recitando monólogos ou dialogando ao vivo com o público ou com outras videocriaturas. A proposta de Donasci é simples e precisa. Trata-se de ampliar os recursos expressivos do ator com a incorporação da linguagem dos meios audiovisuais. Quando o personagem morre, por exemplo, seu rosto vai aos poucos saindo de foco; quando ele está esbravejando contra o público, sua boca vai entrando num big close-up, através de uma zoom-in, até ocupar todo o rosto-tela. Ao mesmo tempo, o vídeo ganha a dimensão cênica do teatro, libera-se da fatalidade bidimensional e pode relacionar-se fisicamente com a platéia. Em síntese, o videoteatro faz uma espécie de "costura" eletrônica de vários recursos simbólicos, criando uma linguagem híbrida, que une as formas mais antigas de expressão da humanidade e as mais recentes.
Vários protótipos de videocriaturas foram experimentados. O mais antigo, que corresponde à descrição feita acima, é também o mais conhecido. Existem variantes, entretanto. O videofantoche, que utiliza um monitor de apenas cinco polegadas, imita perfeitamente um bonequinho de teatro infantil que se manipula com os dedos, com a diferença que eleva as possibilidades fisionômicas do fantoche ao infinito. Uma videocriatura enorme, que utiliza um monitor de 24 polegadas em cima de dois atores, foi mostrada em 1984 no Videobrasil. Nesse mesmo festival, Donasci mostrou também a mais importante inovação de seu projeto: a tomada e emissão simultâneas do rosto da criatura, condição fundamental para permitir a improvisação e o diálogo direto com a platéia.
As últimas invenções de Donasci são as chamadas performances multimídia, que possibilitam ao videoteatro avançar ainda mais um passo. A idéia dessas performances é simples, mas o efeito final é poderoso. Por exemplo: na performance apresentada por ocasião da 20ª Bienal Internacional de São Paulo, vê-se um ator contracenando ao vivo com a imagem de uma mulher projetada num telão. Como esse telão foi confeccionado num tecido bastante elástico, a atriz que forneceu a imagem projetada pôde, ela própria, colocar-se atrás da tela e modelá-la com seu corpo, sem ser vista pelo público. A impressão que tem o público é que a imagem da mulher, projetada no telão, torna-se viva e tridimensional, permitindo ao ator "real" abraçá-la e até mesmo fazer amor com ela no palco. O mesmo processo foi utilizado também por Donasci, mas com ainda maior radicalidade, na encenação da peça de Marcelo Paiva 525 Linhas, em 1989.
A cada nova experiência, Donasci destila o seu processo e avança na direção da síntese do teatro com as novas tecnologias. No Videobrasil de 1992, ele dá mais um passo nesse sentido: "Os rostos agora tridimensionais flutuam como velas no espaço soprados por ventiladores montados junto com projetores em torres que se movimentam em cena, sobrevoando as cabeças dos espectadores, chocando-se com a platéia, simulando que os engolem." (Otavio Donasci).
Cronologia
EVENTOS SELECIONADOS
1984 - São Paulo SP - 2º Festival Fotoptica MIS Vídeo Brasil, no MIS
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1992 - São Paulo SP - 9º Festival Internacional Videobrasil, no Sesc Pompéia
1994 - São Paulo SP - Arte Cidade: a cidade e seus fluxos
EVENTOS ITAÚ CULTURAL
1997 - São Paulo SP - Arte e Tecnologia. Mediações, no Itaú Cultural
PRÊMIOS
1984 - São Paulo SP - Prêmios APCA e Mambembe pelo conjunto de obra
1988 - Prêmio Lei Sarney de Arte Multimídia
WEB SITES
www.videocriaturas.hpg.com.br
Obras Selecionadas
Videocriaturas?
Videocriaturas?
Referências
ALMEIDA, C
http://www.canalcontemporaneo.art.br/blog/archives...