O Paralítico de Bethesda
De manhã quando o sol surgiu atrás de monte,
Beijando o céu azul, matizando o horizonte,
Aquecendo o aconchego esplêndido dos ninhos,
Despertando em canções os ternos passarinhos
E ungindo com o frescor dos lírios orvalhados
O tapete virente e mágico dos prados,
O vulto senhorial do Mestre Nazareno
Ia a Jerusalém, resoluto e sereno,
Ver os tradicionais festejos dos judeus
E, no templo, exaltar a grandeza de Deus.
Mas, levantando o olhar de fulgidas centelhas
O Mestre viu bem perto, à “Porta-das-Ovelhas”
O tanque de Bethesda – o tanque legendário –
Que de muitos curava o trágico fadário
De ser cego, aleijado ou mísero leproso...
Enorme multidão, em silêncio angustioso,
Desejosa, febril e crédula, aguardava
O anjo que por ali, de vez em vez, passava
Para movimentar as águas cristalinas,
As quais tinham, então, emanações divinas,
Que curavam a quem primeiro ali entrasse,
Qualquer que fosse a dor que lhe martirizasse...
Estava lá também um desses infelizes,
Cuja dor deixa n’alma as fundas cicatrizes
Do desespero atroz, dos grandes desenganos
De esperar, sempre em vão, por tanto e tantos anos...
O Mestre, conhecendo a grande persistência
Daquele coração, moveu-se de clemência
E, olhando-o, perguntou: - “Queres tu ficar são?” –
Numa voz que traduz grande desilusão
Respondeu-lhe: - “Senhor, eu não tenho ninguém
Que queira me ajudar ou que me faça o bem
De lançar-me no tanque ao serem agitadas
As águas de Bethesda, as águas abençoadas,
Pois quando eu vou, já desce alguém antes de mim
E retorna curado... e eu continuo assim...
Na esperança de que a cura desta doença
Um dia me trará a eterna recompensa...
Aquela confissão ouvindo-a como prece,
Daquele pecador Jesus se compadece,
Dizendo-lhe: - “Levanta! E toma a tua cama
E anda!... corre!..., proclama a tua fé!... – proclama
Ao povo de Judá que Deus ouviu teu grito,
E consolou enfim teu coração aflito!
E ele vai na explosão de uma alegria santa:
Sendo feliz, sorri e, estando salvo, canta;
Deixando extravasar a gratidão profunda
Que todo o coração, toda a sua alma inunda...
Porém se alguém lhe indaga, em natural anseio:
- “Quem foi que te curou? De qual lugar te veio
o dom que te livrou daquela enfermidade?
E quem te dispensou tão grande caridade?”
Ele apenas responde: - “Eu só sei que estou são,
Que sinto a alma remida e alegre o coração,
Pois Aquele a quem devo a salvação e a paz
Somente me ordenou que não pecasse mais!...”
Louvai ao Senhor
(Salmo 150)
Louvai a Deus no eterno santuário!
Louvai-O no esplendor do Seu poder!
Louvai o Seu amor extraordinário,
na excelência do dom de oferecer.
Louvai-O com saltério e harpa, hinário
para o culto ideal da cada ser;
louvai-O com adufe, flauta e o vário
sistema de tocar pra agradecer.
Ó, louvai-O com símbalos sonoros,
com instrumentos de sopro, corda e em coros,
ao órgão altissonante e com tambor.
Tudo quanto tem fôlego erga hinos;
e o que tem voz, em cânticos divinos,
exalte e louve o nome do Senhor!
É sempre justo o que Deus faz
Ao ler as Sagradas Escrituras
de Deus, de Suas crenças puras,
sinto que algo de bom nos satisfaz,
porquanto tudo o que é celeste
de uma beleza sã se veste:
- É sempre justo o que Deus faz.
Nos meus instantes de tristeza,
quando minha alma à dor é presa,
suplico aos céus paciência e paz,
eu sinto então que o Pai me escuta
e dá-me alívio nessa luta:
Quando o desânimo me alcança,
arrebatando-me a esperança
e me obrigando a olhar atrás,
eu clamo aos céus, de porta aberta
que do fracasso me liberta:
Quando parece que a derrota
meu ser em crise logo nota
e ao meu redor nada me apraz,
eu ouço logo nesse instante
a voz do céu dizer-me: - Avante!
Que é sempre justo o que Deus faz.
Quando o pecado atroz insiste
que eu faça o mal, o mal conquiste,
ao Pai Celeste eu clamo mais
e Ele me dá novo incentivo
em cujo bem desperto e vivo:
Se tu estás enfraquecido
porquanto aos erros dás ouvido
e às faltas vis, ouvido dás,
apela ao Pai com fé e zelo
que Ele ouvirá o teu apelo:
Boa Noite
Foi numa noite triste - uma noite chuvosa -
Que a notícia chegou, soturna e dolorosa,
À casa do Pastor:
- "No centro da cidade,
Houve um grande desastre: uma fatalidade!
Um ônibus checou-se a um bonde e desse choque
Saiu muito ferido o Reverendo Roque...
E de lá do hospital lhes mandava um apelo:
Para irem visitá-lo, irem depressa vê-lo,
Pois talvez não tornasse a ver a luz do dia...
" Que notícia infeliz! Que noite amarga e fria!...
Quatro filhos e a esposa ergueram-se da mesa,
Movidos pela dor da trágica surpresa,
E saíram correndo em busca do hospital.
Entraram no seu quarto; o pastor fez sinal
Para chegarem perto; e a cada qual falava
Com o terno olhar de quem a todos venerava
Por favor alguém tem a poesia de Mario Barreto França: "A ovelha perdida" Eu agradeço muito se me enviassem!
Deus abençoe
NO JARDIM DO GETSÊMANI
Não foi sozinho para o Jardim
acompanhavam-nO as sombras
dormentes dos discípulos
Ele andava e parava
a cada rosa pontiaguda
como um espinho no chão
andava e parava
até recostar os seus joelhos
para uma oração que feriu
de morte os abismos da noite
«Pai, se queres, passa
de mim este cálice »
Espera-O uma coroa de espinhos
para secar o sangue
sobre a fronte, espera-o
a fome de um chicote
que as costas lhe há-de devorar
Aí, nunca os homens amaram
tão pouco
a própria vida.
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O Paralítico de Bethesda
De manhã quando o sol surgiu atrás de monte,
Beijando o céu azul, matizando o horizonte,
Aquecendo o aconchego esplêndido dos ninhos,
Despertando em canções os ternos passarinhos
E ungindo com o frescor dos lírios orvalhados
O tapete virente e mágico dos prados,
O vulto senhorial do Mestre Nazareno
Ia a Jerusalém, resoluto e sereno,
Ver os tradicionais festejos dos judeus
E, no templo, exaltar a grandeza de Deus.
Mas, levantando o olhar de fulgidas centelhas
O Mestre viu bem perto, à “Porta-das-Ovelhas”
O tanque de Bethesda – o tanque legendário –
Que de muitos curava o trágico fadário
De ser cego, aleijado ou mísero leproso...
Enorme multidão, em silêncio angustioso,
Desejosa, febril e crédula, aguardava
O anjo que por ali, de vez em vez, passava
Para movimentar as águas cristalinas,
As quais tinham, então, emanações divinas,
Que curavam a quem primeiro ali entrasse,
Qualquer que fosse a dor que lhe martirizasse...
Estava lá também um desses infelizes,
Cuja dor deixa n’alma as fundas cicatrizes
Do desespero atroz, dos grandes desenganos
De esperar, sempre em vão, por tanto e tantos anos...
O Mestre, conhecendo a grande persistência
Daquele coração, moveu-se de clemência
E, olhando-o, perguntou: - “Queres tu ficar são?” –
Numa voz que traduz grande desilusão
Respondeu-lhe: - “Senhor, eu não tenho ninguém
Que queira me ajudar ou que me faça o bem
De lançar-me no tanque ao serem agitadas
As águas de Bethesda, as águas abençoadas,
Pois quando eu vou, já desce alguém antes de mim
E retorna curado... e eu continuo assim...
Na esperança de que a cura desta doença
Um dia me trará a eterna recompensa...
Aquela confissão ouvindo-a como prece,
Daquele pecador Jesus se compadece,
Dizendo-lhe: - “Levanta! E toma a tua cama
E anda!... corre!..., proclama a tua fé!... – proclama
Ao povo de Judá que Deus ouviu teu grito,
E consolou enfim teu coração aflito!
E ele vai na explosão de uma alegria santa:
Sendo feliz, sorri e, estando salvo, canta;
Deixando extravasar a gratidão profunda
Que todo o coração, toda a sua alma inunda...
Porém se alguém lhe indaga, em natural anseio:
- “Quem foi que te curou? De qual lugar te veio
o dom que te livrou daquela enfermidade?
E quem te dispensou tão grande caridade?”
Ele apenas responde: - “Eu só sei que estou são,
Que sinto a alma remida e alegre o coração,
Pois Aquele a quem devo a salvação e a paz
Somente me ordenou que não pecasse mais!...”
Louvai ao Senhor
(Salmo 150)
Louvai a Deus no eterno santuário!
Louvai-O no esplendor do Seu poder!
Louvai o Seu amor extraordinário,
na excelência do dom de oferecer.
Louvai-O com saltério e harpa, hinário
para o culto ideal da cada ser;
louvai-O com adufe, flauta e o vário
sistema de tocar pra agradecer.
Ó, louvai-O com símbalos sonoros,
com instrumentos de sopro, corda e em coros,
ao órgão altissonante e com tambor.
Tudo quanto tem fôlego erga hinos;
e o que tem voz, em cânticos divinos,
exalte e louve o nome do Senhor!
É sempre justo o que Deus faz
Ao ler as Sagradas Escrituras
de Deus, de Suas crenças puras,
sinto que algo de bom nos satisfaz,
porquanto tudo o que é celeste
de uma beleza sã se veste:
- É sempre justo o que Deus faz.
Nos meus instantes de tristeza,
quando minha alma à dor é presa,
suplico aos céus paciência e paz,
eu sinto então que o Pai me escuta
e dá-me alívio nessa luta:
- É sempre justo o que Deus faz.
Quando o desânimo me alcança,
arrebatando-me a esperança
e me obrigando a olhar atrás,
eu clamo aos céus, de porta aberta
que do fracasso me liberta:
- É sempre justo o que Deus faz.
Quando parece que a derrota
meu ser em crise logo nota
e ao meu redor nada me apraz,
eu ouço logo nesse instante
a voz do céu dizer-me: - Avante!
Que é sempre justo o que Deus faz.
Quando o pecado atroz insiste
que eu faça o mal, o mal conquiste,
ao Pai Celeste eu clamo mais
e Ele me dá novo incentivo
em cujo bem desperto e vivo:
- É sempre justo o que Deus faz.
Se tu estás enfraquecido
porquanto aos erros dás ouvido
e às faltas vis, ouvido dás,
apela ao Pai com fé e zelo
que Ele ouvirá o teu apelo:
- É sempre justo o que Deus faz.
Boa Noite
Foi numa noite triste - uma noite chuvosa -
Que a notícia chegou, soturna e dolorosa,
À casa do Pastor:
- "No centro da cidade,
Houve um grande desastre: uma fatalidade!
Um ônibus checou-se a um bonde e desse choque
Saiu muito ferido o Reverendo Roque...
E de lá do hospital lhes mandava um apelo:
Para irem visitá-lo, irem depressa vê-lo,
Pois talvez não tornasse a ver a luz do dia...
" Que notícia infeliz! Que noite amarga e fria!...
Quatro filhos e a esposa ergueram-se da mesa,
Movidos pela dor da trágica surpresa,
E saíram correndo em busca do hospital.
Entraram no seu quarto; o pastor fez sinal
Para chegarem perto; e a cada qual falava
Com o terno olhar de quem a todos venerava
Por favor alguém tem a poesia de Mario Barreto França: "A ovelha perdida" Eu agradeço muito se me enviassem!
Deus abençoe
NO JARDIM DO GETSÊMANI
Não foi sozinho para o Jardim
acompanhavam-nO as sombras
dormentes dos discípulos
Ele andava e parava
a cada rosa pontiaguda
como um espinho no chão
andava e parava
até recostar os seus joelhos
para uma oração que feriu
de morte os abismos da noite
«Pai, se queres, passa
de mim este cálice »
Espera-O uma coroa de espinhos
para secar o sangue
sobre a fronte, espera-o
a fome de um chicote
que as costas lhe há-de devorar
Aí, nunca os homens amaram
tão pouco
a própria vida.