Não! Nós nos construímos a partir do discurso do Outro, é o Outro que nos revela e nos dota de essências. Sem a Alteridade não ''existimos'' apenas ''somos'', pois, tão somente a realidade da coisa não define sua existência. Existência/existir significa sair para fora, se lançar no mundo. O Outro é o nosso espelho!
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A Léx disse tudo em poucas palavras! rsrs
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Montagem:
Nossa consciência é corpórea e material, nossas estruturas filogenéticas, nossos neurônios, nossas sinapses, nossos músculos etc, nos permite Ser e a consciência nos permite nos perceber enquanto Ser separado de outros seres. Na interação e no diálogo que minha consciência trava com si-mesma, com o mundo e com as outras consciências, vou construindo os conteúdos da consciência que passam a se confundir que a própria consciência. Os espelhos são os Outros, eles nos refletem e nos dotam de essências, recebo da consciência de homens mortos dada pela memória dos vivos, que nascendo eu numa sociedade ocidental, pertencendo ao gênero masculino, devo construir minha masculinidade, devo Vir-a-Ser homem. Eis o trabalho da Cultura, ela é fruto da consciência ancestral e é a definidora da consciência hodierna. As crianças constroem o seu Eu a partir dessa complexa rede biológica, psicológica e social. O lobo é o outro igual a mim, mas fora de mim. Nenhuma quimera é maior para o Homem do que os outros homens, na verdade odiamos o outro, queremos a sua eliminação. Mas tal atitude anti-coletiva e visceral ameaça o individuo, como pode o individuo existir fora do coletivo? A consciência ancestral novamente se faz presente, ele cria o Estado e este Ente artificial aplaca grandemente nossa animosidade. A consciência é fruto da cultura, e a cultura por sua vez brotou de uma consciência ancestral. Estado, individuo, sociedade, cultura e consciência estão todos interligados. Como explicar isso? Penso que uma leitura heterodoxa e pra lá de original de Hegel nos trará algumas respostas, precisamos resgatar a noção de Espírito Absoluto.
Numa cultura, onde os espelhos refletem o individuo com cara de lobo e neurônios de crianças, só podemos esperar que a individualidade seja mais importante que o coletivo.
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Não! Nós nos construímos a partir do discurso do Outro, é o Outro que nos revela e nos dota de essências. Sem a Alteridade não ''existimos'' apenas ''somos'', pois, tão somente a realidade da coisa não define sua existência. Existência/existir significa sair para fora, se lançar no mundo. O Outro é o nosso espelho!
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A Léx disse tudo em poucas palavras! rsrs
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Montagem:
Nossa consciência é corpórea e material, nossas estruturas filogenéticas, nossos neurônios, nossas sinapses, nossos músculos etc, nos permite Ser e a consciência nos permite nos perceber enquanto Ser separado de outros seres. Na interação e no diálogo que minha consciência trava com si-mesma, com o mundo e com as outras consciências, vou construindo os conteúdos da consciência que passam a se confundir que a própria consciência. Os espelhos são os Outros, eles nos refletem e nos dotam de essências, recebo da consciência de homens mortos dada pela memória dos vivos, que nascendo eu numa sociedade ocidental, pertencendo ao gênero masculino, devo construir minha masculinidade, devo Vir-a-Ser homem. Eis o trabalho da Cultura, ela é fruto da consciência ancestral e é a definidora da consciência hodierna. As crianças constroem o seu Eu a partir dessa complexa rede biológica, psicológica e social. O lobo é o outro igual a mim, mas fora de mim. Nenhuma quimera é maior para o Homem do que os outros homens, na verdade odiamos o outro, queremos a sua eliminação. Mas tal atitude anti-coletiva e visceral ameaça o individuo, como pode o individuo existir fora do coletivo? A consciência ancestral novamente se faz presente, ele cria o Estado e este Ente artificial aplaca grandemente nossa animosidade. A consciência é fruto da cultura, e a cultura por sua vez brotou de uma consciência ancestral. Estado, individuo, sociedade, cultura e consciência estão todos interligados. Como explicar isso? Penso que uma leitura heterodoxa e pra lá de original de Hegel nos trará algumas respostas, precisamos resgatar a noção de Espírito Absoluto.
Biológicamente: Não.
Filosoficamente Sim.
Saudavelmente: Não.
Teoricamente: Sim.
[]'s
26/01/10
Ronis, adorei lêr tão sábias postagens, mas devido ao afã matinal, pois me encontro em pleno desarranjo intestinal tal qual emocional, consequência de um mix gourmet.....digo-te que, bastou-me por 3 inesquecÃveis vezes de 1 mês em coma (com direito a parada cardio-respiratória..rs), para ter literalmente "minha vida sem mim" (boazinha trilha sonora). Concluo que, apesar de ter captado suas palavras chave para o monta cabeça, dispensei espelhos e quaisquer réplicas de ampulhetas há muito, percebes? Não digo que vivo meus dias como se fossem "extra", mas sob outro prisma, sabes? Logo, minha resposta correria o risco de se transformar numa anáclase, entendes? Portanto, tal montagem é deveras dispensável à quem já teve a vida quase ceifada por 3 vezes. Digo-te que, me encanta ao menor sinal de vida, seja bem ou mais ou menos paga. No mirror, no time.....Concluir uma existência me é algo controverso demais.
boa tarde!
bom dia!
Ronis, eu acho que nos reconheceriamos e criariamos coisas belas sim, além do 'outro' a natureza também nos inspira e faz companhia, a natureza é como as pessoas, as vezes ajuda e outras vezes age como manÃaca causando dor e destruição, mas não só esses dois extremos, existe tanto para ler na natureza quanto existe para ler nas pessoas. Montagem: Os neurônios exercitados desde a época em que somos crianças através da reflexão alimentada pela cultura apresenta o coletivo aos olhos do individuo como um espelho que mostra o lobo e o não-lobo que existe dentro de cada um.
NÃO, pois todos somos UM. Todos faces de uma mesma moeda. Fios de uma mesma teia. Se um nó se desata, toda a teia fica em risco.
Querido Amigo,
Existimos sem o outro, porém precisamos dele.
Ninguém vive só...
mesmo as estrelas do céu brilham juntas.
Mesmo as águas do oceano correm em conjunto.
Mesmo as lágrimas rolam duas a duas,
não raro acompanhadas de sorrisos...
Ninguém vive só...
Mesmo as folhas pequeninas dos arbustos dormem juntas.
E os pássaros cortam ares em revoadas.
Ninguém vive só.
Mesmo as pedras procuram o caminho,
porque o caminho não é deserto,
mas transitado pelos homens.
Mesmo as flores procuram o jardim,
porque os jardins são visitados.
Mesmo os perfumes procuram as flores,
porque a flor perfumada exerce maior atração...
Ninguém vive só...
E nessa grande harmonia de conjunto,
resta a constante busca de "outro",
neste irresistÃvel poema de sociabilidade,
nós nos situamos também como gente.
Ninguém vive só...
Situar-se como gente é abandonar a idéia do EU,
a atitude do egoÃsmo para aderir ao NÃS.
Eu, você, todos nós:
Abertos,
confiantes,
construtivos,
comunitários e sociais!
Roque Schneider.
Abraço carinhoso da doce vivi.
Linda semana para você !
Amiguinho
Coloquei as palavras chave no tio google e olha só que legal!
http://filosofiacienciaevida.uol.com.br/ESPS/edico...
Quem é "o outro"?
Ronis suas perguntas estão sendo apagadas, por quê?
Olá, Ronis,
A palavra-chave "crianças lobo", é a que vai delinear a minha resposta. Tenho a certeza de que você conhece, mas para quem não conhece a história das crianças lobo, vou tentar resumir e destacar o que, dentro dela, acho a informação mais importante:
Duas meninas foram criadas por lobos. Elas foram encontradas por religiosos que acharam que estariam socorrendo-as trazendo-as para o convÃvio da nossa civilização. Se bem me lembro, a mais nova tinha 5 anos e a mais velha 8. Essas crianças tinham, como os lobos, hábitos noturnos, andavam de quatro, comiam carne crua, não sorriam e não falavam, mas emitiam os sons que os lobos emitem em sua linguagem. Mas, o que eu achei mais impressionante, é que elas também não tinham desenvolvido a expressão do olhar. Os civilizados tentaram de tudo para ensiná-las a caminhar eretas e com os dois pés, e a falar como os humanos. Elas até aprenderam a caminhar com os dois pés, mas em situações que anteviam como perigo, punham-se a correr de quatro. Ambas sofreram de profunda depressão e a mais nova foi a que menos resistiu e acabou morrendo logo. A mais velha viveu, se não me engano, uns 10 anos mais. Aprendeu balbuciar algumas pequenas palavras, mas nunca conseguiu propriamente falar. Imaginem o sofrimento dessas crianças, com os 'civilizados' tentanto impor-lhes seus hábitos e modo de ser. à de sangrar o coração de qualquer pessoa com um mÃnimo de sensibilidade.
Dessa história, verÃdica e históricamente registrada, eu tiro a minha opinião para responder a sua pergunta:
Não, não existimos sem o outro. O outro é o meu espelho, o meu significado, o meu aprendizado e a minha definição. Mais do que nunca, somos o Desein de Heidegger vivendo o equilÃbrio ou o desequilÃbrio da autenticidade e da inautenticidade no mundo. O meio em que vivo é o meu grande plasmador. Eu sei que é decepcionante que para essa constatação, eu tenha que abdicar da crença de que nosso ser seja constituÃdo de algo mais substancial, mas foi igualmente decepcionante constatarmos que nossa origem, não tem nada de divino e nem somos mais o centro do mundo.
Beijos no seu coração
Numa cultura, onde os espelhos refletem o individuo com cara de lobo e neurônios de crianças, só podemos esperar que a individualidade seja mais importante que o coletivo.
(Desculpe-me... dia sem muita inspiração...)